Câmara de Lajeado aprova mais de R$ 1 milhão em crédito para a saúde

Entrevista de ex-vereador, impasse com HBB e vinda do Uber, repercutem nos pronunciemntos


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A Câmara de Vereadores de Lajeado aprovou, na sessão desta terça-feira (24), matéria do executivo que autoriza abertura de crédito R$ 1.039 milhão para investimento na área da saúde. O recurso servirá para custear o convênio com o Consórcio Intermunicipal de Saúde (Consisa) Vale do Taquari, viabilizando a manutenção do Serviço Móvel de Urgência (Samu); compra de próteses dentárias para distribuir entre a população carente; pagamento de serviços terceirizados, dentre outros. Em regime de urgência, os parlamentares avalizaram o recebimento de devoluções do imposto de renda, verbas que serão aplicadas em programas voltados para idosos e crianças, e parceria com a Associação de Pais e Amigos do Excepcionais (Apae), na realização de obras de construção do novo espaço para équo terapia. Também foram aprovadas nove denominações de ruas. Após a sessão ordinária, a Tribuna Livre da casa foi ocupada por representantes do Grupo de Escoteiros Tibiquary, de Lajeado, que discorreram sobre o Dia do Escoteiro, comemorado no dia 23 de maio.

Entrevista de ex-vereador repercute nos pronunciamentos

Na parte dos pronunciamentos, a entrevista concedida pelo ex-vereador Antônio Scheffer, ao programa Dinâmica da Rádio Independente, foi um dos assuntos mais abordados. Na quinta-feira (19), Scheffer aproveitou o espaço para criticar as frequentes viagens de parlamentares lajeadenses à Brasília. O ex-vereador questionou a relação custo-benefício da presença dos legisladores na Capital Federal. Paulo Tóri (PPL), lamentou a postura do ex-colega. “A entrevista do Scheffer manchou sua história como vereador, especialmente por ter nos chamado de “vereadorzinhos”. Fomos à Brasília buscar recursos para Lajeado”, frisou. Waldir Gisch (PP), também trouxe sua justificativa. “Precisamos ir à Brasília visitar os gabinetes para trazer emendas parlamentares. Nossas viagens foram votadas em plenário e todos foram favoráveis. O resultado disso, que deve avaliar é a população”, disse. Adi Cerutti (PSD), citou o desconforto familiar que a entrevista pode trazer, já que o filho do ex-vereador, Marquinhos Sheffer (MDB), é um dos componentes da casa legislativa. “Lamento muito as declarações de Scheffer. É uma pena, pois ele, ao nos chamar de “vereadorzinhos”, colocou o filho dele junto. Não sei como vai ficar o clima familiar depois disso”. Visivelmente nervoso, Marquinhos Scheffer (MDB), subiu o tom de voz para defender o pai. “Não dei procuração para meu pai falar por mim na rádio. Ele é um cidadão, e assim como qualquer um, tem direito de manifestar sua opinião. Em momento algum ele (Antônio Scheffer), disse que ir à Brasília é inútil, mas sim, a época não é apropriada, pois estamos em período pré-eleitoral, e os deputados estão visitando suas bases. Eles não estão em Brasília durante este período. O que quiserem falar, digam na minha cara. Encaro um por um de frente. Eu só peço a vocês uma coisa: respeito. Fui eleito pela população”, desabafou.

Impasse com HBB prossegue

Na sessão desta terça-feira, havia a expectativa da Câmara votar, mediante acordo de lideranças, o projeto de lei que renova o convênio com o Hospital Bruno Born. Porém, o líder de governo na casa, Mozart Lopes (PP), acabou não solicitando a inclusão da matéria na Ordem do Dia. “Discutimos esta possibilidade de votar hoje o projeto, mas na reuniões das comissões, o entendimento dos vereadores é de que o tema precisa ser melhor discutido. A direção do HBB ainda precisa nos esclarecer sobre alguns pontos. Por isso, vamos realizar uma nova reunião com os gestores do hospital, para apararmos estas arestas”, explicou Lopes. O pepista referiu-se a garantias da direção da casa de saúde, de reabertura plena do Pronto Socorro (PS), que teve o funacionamento alterado, após incidente no dia 1º de abril, quando um homem ateou fogo no balcão de atendimento do PS.O legislativo condiciona a aprovação do convênio à reabertura do PS, nos mesmos moldes em que atendia antes do crime. Ildo Salvi (REDE), disse que não aprova o convênio se o antigo acesso ao PS não for aberto. “Do jeito que está, sou contra a aprovação do convênio. A sala de espera e o atendimento irrestito de paciantes do Sistema único de Saúde (SUS), deve funcionar”.

Mariela sugere privatizações

Em seu discurso, Mariela Portz (PSDB), sugeriu as privatizações da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), e da Corsan. “É preciso privatizar a EGR. Na semana passada, tivemos um acidente de trânsito na ERS-130 EM Arroio do Meio (trecho administrado pela EGR), onde uma servidora pública de Lajeado morreu, por pura incompetência do Estado. O Governo não tem condições financeiras de manter as rodovias, quanto mais promover melhorias para evitar este tipo de tragédia. Outra estatal que precisa ser privatizada é a Corsan”. Sérgio Kniphoff (PT), admitiu as dificuldades da EGR, que , segundo ele, se agravaram no Governo de José Ivo Sartori. “Quando foi inaugurada (no governo de Tarso Genro, do PT), a empresa tinha um conselho em cada região, os Corepes. Em seis anos, a EGR fez mais do que a Sulvias fez em 15 anos. Mas o atual governo do Estado engessou a EGR e entregou a gestão nas mãos de secretários”. Sérgio Rambo (PT), contrapôs as declarações de Mariela.. “Então temos uma pré-candidata e deputada que já defendendo as privatizações. A situação das estatais se deve a incompetência de gestão deste governo. Privatizar não é a solução. Vejam o exemplo de Uruguaiana, onde a água foi privatizada e triplicou de preço. Aqui em Lajeado, com a privatização, como vai ficar a situação do abastecimento de água dos moradores de Alto Conventos e outras localidades, que tem água gerida pela prefeitura, de qualidade e tarifa acessível?”, questionou.

Uber em Lajeado

Sérgio Kniphoff (PT), ainda comentou sobre a vinda do aplicativo de transporte alternativo, o Uber, para Lajeado. “Estamos prestes a ter o Uber funcionando em Lajeado. Já uso o aplicativo quando preciso me deslocar dentro de Porto Alegre. Não sou contra. Minha dúvida é o que a administração municipal vai fazer para amparar estas mais de 60 famílias de taxistas, que vão sofrer um forte abalo financeiro”,comentou o petista. Cerca de dez taxistas estiveram na sede do legislativo, antes da sessão desta terça-feira. O grupo pediu apoio dos vereadores para que o serviço do aplicativo seja regulamentado no município. Pelo menos, oito motoristas já se cadastraram para atuar pelo aplicativo em Lajeado. LF.

 

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