Dia Internacional da Conservação do Solo


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Foto: Divulgação

O solo é tão importante que tem três datas anuais para ser comemorado e lembrado. Dia 15 de abril, “Dia Nacional de Conservação do Solo”, dia 22 de abril “Dia Internacional da Mãe terra. E 5 de dezembro “Dia Internacional do Solo que foi estabelecido no XXVII Congresso Mundial de Ciência do Solo em Bangkok- Tailândia- em 2002 pela sociedade Internacional de Ciência do Solo (IUSS).


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Mundialmente estima-se que 33% dos solos são degradados e a erosão carrega entre 25 e 40 bilhões de toneladas de terra por ano. E as perdas de grãos pela causa da “erosão” chegariam a 7,6 milhões de toneladas por ano. Na América Latina a metade do solo estaria com algum grau de degradação.

No Brasil melhorou bastante nos últimos anos, mas precisamos incorporar mais tecnologias de manejo sustentáveis. Temos conhecimento de muitas alternativas sustentáveis para pequenos e grandes produtores. A cada ano a pesquisa descobre mais informações que podem ser adotadas.

O serviço de extensão rural trabalha com diversas alternativas e usa seus meios de divulgação para chegar à prática as famílias rurais. O agricultor aos poucos vai adotando, mas de forma lenta. Precisa de apoio inclusive de recursos mais substanciais para acelerar o processo de adoção.

Entre as dificuldades que devemos superar com os nossos solos estão: a erosão, compactação, perda de matéria orgânica, desequilíbrio de nutrientes, poluição, acidificação e perdas de água “do solo”. Melhorou o uso do plantio direto, já temos alguma coisa de integração lavoura-pecuária-floresta, manejo integrado de pragas e doenças, controle alternativo de pragas e doenças, todas ajudam na conservação do solo, mas precisam ser intensificadas.

Trazendo para mais perto de nós temos problemas com a perda de matéria orgânica na região chegando perto de 1% quando precisaríamos estar ao redor de 5%. Colocamos esterco em algumas lavouras muitas vezes sem uma avaliação melhor para ver a quantidade e qualidade necessária.

O uso dos estercos (aves, suínos, bovinos e outros) de forma não processado (fresco), não passando pelo processo de fermentação ou compostagem ou outras formas acidifica o solo. Além disso, tem menos nutrientes NPK do que o esterco devidamente processado. Também deve ser levada em consideração no processo de compostagem do esterco a elevada temperatura chegando algumas vezes a 70 graus, desta forma eliminando micro-organismos que podem causar doenças. Além de eliminar ovos, larvas de insetos, incluindo moscas.

No aspecto sanitário precisa ser levado também em conta que o esterco fresco é um potencial veículo de transmissão de doenças que precisa ser olhado com atenção. Lembro que somos produtores para consumo interno e exportadores de proteína animal. O simples jogar esterco nas lavouras para “resolver” problemas e exigências ambientais não é bem assim. Contaminamos o solo e o lençol freático. Logo vamos precisar mudar este tipo de “manejo”.

Tudo isto tem a haver com a qualidade do solo na sua composição química (NPK e micronutrientes), orgânica (microrganismos, flora e fauna) e física (aeração, compactação e disponibilidade de água).

Quando as recomendações sobre saúde falam em alimentos saudáveis, orgânicos eles estão também relacionados com o solo. Se ele naturalmente é rico nos elementos que as plantas necessitarem, e por consequência fornecerem aos animais terá um alimento saudável. Se pelo contrario preciso acrescentar químicos pra recuperar o solo, ou por deficiência favorece o aparecimento de pragas e doenças. E por vezes há necessidade do uso de agrotóxicos herbicidas, inseticidas e fungicidas. Os alimentos assim produzidos já não se enquadram mais como orgânicos e plenamente saudáveis.

Sem solo de qualidade não teremos as plantas, alimentos para nós e os animais fornecedores de proteína. É de pensar em mudar nossos hábitos de consumo e no manejo do solo. E pode até começar dentro de nossa propriedade, mesmo que urbana, uma simples compostagem para usar na horta, vaso ou jardim já é um começo. Selecionar o lixo que vão para aterros sanitários. Na propriedade rural precisamos pensar, além disso, sempre de forma sustentável. Inclusive na sustentabilidade econômica dela.

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