HBB volta a ser assunto na Câmara de Vereadores de Lajeado

Após reunião com direção do hospital, vereadores continuam reticentes quanto a reabertura do PS


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O impasse envolvendo o fechamento do Pronto Socorro (PS) do Hospital Bruno Born (HBB), voltou a repercutir na Câmara de Vereadores de Lajeado. Na sessão desta terça-feira (17), os parlamentares falaram sobre a reunião que mantiveram com a direção da casa de saúde, na segunda-feira (16). Na oportunidade o legislativo cobrou a reabertura do PS, interditado após incidente desde o dia 1º de abril. O parlamento condiciona a aprovação de recursos para o hospital, mediante convênio com a prefeitura, a volta do funcionamento do setor. A possibilidade de fechamento do PS chegou a ser ventilada pelo diretor executivo do HBB, Cristiano Dickel, na terça-feira passada (10). Neca Dalmoro (PDT), citou as dificuldades em conseguir médicos para atender no PS. “Após a reunião fomos conferir in loco a situação. A emergência estava lotada e não havia médicos o suficiente para atender a demanda. Além do mais, o HBB não dispõe de recursos. Sai de lá pensativa e preocupada”, disse. Sérgio Kniphoff (PT), citou as dificuldades cotidianas enfrentadas por quem trabalha na área da saúde. “Só quem trabalha lá dentro sabe das dificuldades. Acho que devemos discutir esta situação sem emoção e sem partidarismo político”, afirmou. Mariela Portz (PSDB), disse que as verbas públicas direcionadas ao hospital precisam ser melhor direcionadas e sugeriu mais atenção a saúde preventiva. “Boa parte do dinheiro que vem de recursos federais, como emendas parlamentares, são investidos em setores que dão mais lucro para o hospital, e não no atendimento via Sistema único de Saúde (SUS). O PS não é o culpado pela crise do HBB. O setor precisa ser reaberto. A população não pode ser penaliza pela atitude de um louco que ateou fogo no PS. Isso não é desculpa para a direção fechar a emergência. Também precisamos investir mais na conscientização das pessoas, para que cuidem mais de sua saúde. Algumas medidas, como bons hábitos alimentares, não fumar e não beber, podem impedir muitos problemas que acabam parando no PS”, alertou. Carlos Ranzi (PMDB), lamentou medida do Governo Federal que restringe por cinco anos a abertura de novos cursos de medicina. “É inaceitável. Médicos já estão em falta e com essa medida a situação tende a piorar. Os município, que é onde a vida acontece, vão ser os mais afetados. Sugiro o envio de uma Moção de Repúdio para as demais Câmaras de Vereadores da região”. Mozart Lopes (PP),  também destacou a situação preocupante do hospital. “A situação é dramática. Vimos leitos todos ocupados. Entendemos a a posição do HBB, de que casos menos graves devem ser atendidos pela UPA. O que precisamos é de uma nova regulação de fluxo, onde situações sem gravidade são atendidas pela UPA e casos graves, remetidos ao HBB. Neste sentido, os Postos de Saúde também vão precisar dar suporte à UPA”, sugeriu. O projeto que concede recursos ao HBB, na ordem de R$ 662 mil (R$ 512 do executivo e R$ 150 do legislativo), mediante convênio com a prefeitura, permanece tramitando na casa, sem data para ser votado.

HBB garante funcionamento do PS

Em resposta ao ofício do legislativo, a direção do HBB enviou correspondência à Câmara de Vereadores nesta terça-feira (17). O documento afirma que o PS nunca deixou de funcionar 24h por dia, nem deixou de atender os pacientes de todos os municípios de referência, mesmo após o incidente de 1º de abril. Os atendimento seguem sendo feitos mediante acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, em que casos menos graves são remetidos à UPA. Também adianta que existe um estudo para ampliar e reformar a sala de atendimento crítico, criação de uma ala de tranferência, triagem e recepção interna para acompanhantes e sistema de acompanhamento dos pacientes. Mas tudo isso depende da capacidede de investimento e captação de recursos para tal.

Vereadores questionam necessidade da UPA

Adi Cerutti (PSD), questionou o custo benefício de manter a UPA. “A UPA é um presente de grego. Hoje, o município gasta muito dinheiro para mantê-la funcionando. Esta verba deveria servir para ampliar os atendimentos no PS do HBB, que é um hospital com todo a estrutura, e nos Postos de Saúde. Waldir Gisch (PP), corroborou o posicionamento de Cerutti. “A UPA é um prédio pré-moldado. Logo ali na frente, a prefeitura vai gastar muito dinheiro para reformar a estrutura. Concordo com o Adi. Os municípios vizinhos, que não tem hospital, também demandam pacientes para cá, sem contribuir com a manutenção da unidade. Venho falando isso a mais tempo. Deveríamos investir mais nos Postos de Saúde, em especial, no Postão do Montanha”, enfatizou.

Parceria Público-Privada é aprovada

Mediante acordo de lideranças, o plenário aprovou por unanimidade o projeto de lei do executivo que institui o Programa de Parceria Público Privada (PPP) e Concessões. As PPP’s são contratos firmados de longo prazo entre o setor público (governo municipal, estadual ou federal) e o setor privado. Estes devem projetar, financiar, executar ou operar um determinado serviço, com o objetivo de
melhor atender uma demanda social. O projeto baseia-se na Lei Federal nº 11.079/04, que institui as normas gerais para licitação e contratação de Parceria Público Privada no âmbito da administração pública. O texto foi aprovado com duas emendas. Uma delas, subscrita pelas bancadas do PT e REDE, sugere acréscimo de representantes do Sincovat, Seavat, OAB Seccional Lajeado, Centro de Apoio às Associações dos Bairros de Lajeado e Câmara de Vereadores, no Conselho Gestor do PPP. O outro adendo, assinado por Carlos Ranzi (PMDB), estabelece que só podem aderir ao programa, órgãos, entidades e empresas que não estejam em débito com os cofres municipais.LF

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