Iniciativa pioneira no Brasil garante tratamento do chorume do Aterro Sanitário de Lajeado

Funcionando há dois meses, projeto da empresa M2K Tecnologia Ambiental Ltda tem custo de R$ 60 mil mensais aos cofres públicos.


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São utilizadas duas piscinas, com cerca de quatro metros de profundidade, para o tratamento do chorume (Foto: Natalia Ribeiro)

Estagnado há pelo menos cinco anos, o tratamento do chorume proveniente do Aterro Sanitário de Lajeado voltou a ser realizado no mês de outubro, por meio de um projeto inovador, desenvolvido pelo engenheiro químico Antônio Mallmann, responsável técnico da empresa M2K Tecnologia Ambiental Ltda. O projeto está baseado em tecnologias utilizadas na Alemanha e no Canadá, com investimento mensal de R$ 60 mil da prefeitura de Lajeado.


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Na tarde desta quarta-feira (13), representantes do Poder Público de Lajeado apresentaram as melhorias que estão sendo feitas no tratamento do chorume, na estação localizada no Bairro Conventos. A partir de um chamamento oficial, que recebeu interessados até o dia 15 de agosto, foi escolhida a proposta emergencial que mais agradou a prefeitura – em quesitos como preço e solução para o problema.

O secretário do Meio Ambiente de Lajeado, Luís André Benoit, explica como ocorreu a contratação. “Analisamos vários orçamentos, dentro e fora do município. Se chegou a um custo de R$ 150 o metro cúbico para destinar para outro local. Uma segunda proposta seria de R$ 95 o metro cúbico. Hoje o contrato gira em torno de R$ 60 o metro cúbico, o melhor custo benefício que encontramos”. Dois funcionários da M2K Tecnologia Ambiental trabalham nas estações de tratamento.

Para o engenheiro químico Antônio Mallmann, responsável pela iniciativa, a administração de Lajeado se destaca em todo o país pela preocupação com o chorume. “Conseguimos chegar a um efluente de excelente qualidade e com o custo muito baixo, se comparado com o que se vê no Brasil. Tenho projetos em outros estados, mas em Lajeado fizemos a primeira planta de ordem pública. Os demais são de empresas privadas que gerenciam o espaço do município”, comenta.

Resultado do tratamento é representado na mudança entre as tonalidades da água (Foto: Natalia Ribeiro)

A necessidade

Antes do trabalho, o efluente era apenas submetido à circulação, tratamento paliativo que impedia seu lançamento na natureza. O chorume, matéria orgânica que provém da degradação do lixo orgânico, retornava ao Aterro Sanitário, seu local de origem.

Para agravar a situação, no dia 24 de julho foi constatado que o chorume estava vazando, devido à queima de uma bomba responsável pela sua drenagem, que ocasionou o transbordamento do poço onde ficava depositado. Os acontecimentos levaram a administração a procurar alternativas para o tratamento do resíduo.

O secretário Benoit explica que “aquilo que não é retirado na triagem é encaminhado para uma célula e é feita a cobertura com terra. Essa degradação se torna um líquido altamente poluente. Não tratado, o material poderá oferecer consequências”.

Em Lajeado, o processo é realizado em três etapas: stripping de amônia, quando parte da degradação orgânica fica no aterro. “Era um problema, porque o chorume retornava e aumentava a concentração”, comenta o engenheiro químico; remoção físico-química, que retira a carga inorgânica; e a terceira etapa, que envolve a separação das membranas, “gerando um líquido totalmente puro, afirma Mallmann.

São utilizadas duas piscinas, com cerca de quatro metros de profundidade, que recebem o chorume. O efluente passa pela usina de tratamento e depois é transportado em canos, já com o líquido de forma límpida, para depois ser despejado em arroio. Todo o processo de tratamento leva até 14 horas para ser finalizado. NR

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