Jovem negro é arrastado por agressores sob olhares de seguranças, em São Paulo

Imagens de câmeras de segurança mostram ainda que o jovem volta ao local muito machucado em seguida, quando finalmente é atendido pelos seguranças.


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Foto: Reprodução

Vídeos que circulam nas redes sociais mostram que o jovem Diogo Cintra, de 24 anos, foi perseguido por um agressor com um porrete e um homem com colete semelhante aos dos seguranças do Terminal Dom Pedro II, no Centro de São Paulo, depois foi agarrado por agressores dentro do terminal sob os olhares dos seguranças e levado para o lado fora, onde relatou ter sido espancado.

As imagens de câmeras de segurança mostram ainda que o jovem volta ao local muito machucado em seguida, quando finalmente é atendido pelos seguranças.

O caso aconteceu entre 5h07 e 5h23 da madrugada da última quarta-feira (15), feriado de Proclamação da República.

Revolta e racismo

Diogo Cintra revelou ter sido assaltado, agredido e vítima de racismo na madrugada de quarta-feira (15). Ele ainda exibe as marcas da violência pelo corpo: pés, braços, rosto marcados pelas pauladas, socos e mordidas de cachorro.

Cintra relatou que voltava de uma festa da companhia de teatro na qual trabalha quando foi abordado por dois homens pedindo que entregasse o celular e dinheiro. Como estava perto do terminal de ônibus, ele correu para pedir apoio aos vigilantes do local.

“Cheguei no Terminal pedindo ajuda para a vigilância e a vigilante falou: ‘Corre, sai daqui. A gente não tem como fazer nada, só corre'”, disse em entrevista.

Ainda dentro do espaço, ele avistou quatro seguranças e novamente tentou ter auxílio. “Os caras [que o tinham abordado] já estavam vindo com pedaço de pau.”

Segundo Cintra, após ele pedir ajuda aos seguranças, os dois homens voltaram até ele, então acompanhados de uma mulher e três homens com dois cachorros. Em frente aos seguranças, o grupo alegou que tinha sido roubado por Cintra.

“Eu perguntei para eles o que eu havia roubado, mas o segurança me mandou calar a boca. Meu celular estava descarregado e não pude mostrar que aquele celular era meu”, recorda.

Cintra revela que entregou o aparelho para os assaltantes na frente dos seguranças e diz que em momento algum sua versão dos fatos foi considerada verdadeira.

Procurada, a São Paulo Transporte (SPTrans) disse que determinou o imediato afastamento dos funcionários que trabalhavam no Terminal Parque Dom Pedro II na madrugada em que ocorreram as agressões denunciadas pelo ator Diogo Cintra. A Secretaria de Segurança Pública (SSP) informou, por meio de nota, que o caso está sendo investigado no 1º Distrito Policial, na Sé.

Fonte: G1

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