Música e contemporaneidade


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Foto: Reprodução

A música sempre foi, e será, um assunto que gera divergências por aí. Faz muito tempo que ‘entendedores’ do assunto dizem que a música popular, aquela consumida pelas grandes massas, seja no rádio, na internet ou em aplicativos, não passa de um ‘lixo’.

Não tem como não dizer que isso não seja arrogante – todos temos um pouco disso. Obviamente os gostos e preferências se diferenciam. Pierre Bourdieu fez uma reflexão bacana, que em minha concepção se adequa totalmente ao assunto: ele disse que a cultura, antes de mais nada, é um elemento de distinção social. Isso quer dizer que o homem utiliza dela para se sentir parte de um grupo do qual julga-se membro. Isso pode ser chamado de inserção social, ou até mesmo identidade.

Quando a música ganha ênfase e se massifica, ganha sucesso e passa a ser consumida pelo grande público, ela perde seu valor. Legitimamente, torna-se uma coisa de malandro, marginal, chinelão e outros adjetivos.

O que quero dizer é que a concepção do humano sobre determinados estilos musicais muda conforme o tempo. Hoje o que é considerado como banal, pode tornar-se algo valoroso logo ali na frente. Estilos clássicos, rap, hip-hop e até mesmo o samba já sofreram esse processo. Hoje, têm seus públicos – sou um deles -, e fazem tanto sucesso como o reggae, pop e rock, estilos consagrados ‘nos ouvidos’ do público até hoje, com ícones como Bob Marley, Elvis Presley e Michael Jackson. Nos anos 80, o rock simplório soterrava a MPB. E, nos anos 90, quem gostasse de ‘uma tal banda’ chamada Mamonas Assassinas, era considerado um louco e demente. Quer mais destreza e harmonia do que a dos Mamonas?

Se eu puder dar uma pequena dica para quem lê este texto, escute o que te faz bem. Se for sertanejo? Tudo certo. Se for rap, também. As diferentes letras e melodias fazem com que criamos um estilo preferido. Varia de pessoa para pessoa. O que está errado é o preconceito. Devemos respeitar as preferências, curtir e saber um pouco antes de julgar. Além disso, devemos ouvir de tudo, para que um dia, talvez, possamos fazer como nossos avós, e dizer:

“Música boa existia no meu tempo!”.

Por Kainan Oliveira

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