Na tribuna, vereador de Estrela mostra santinhos recolhidos em zonas eleitorais do município

Ernani de Castro (MDB) levou os panfletos apreendidos na sessão desta segunda-feira (08). Servidores da Prefeitura tiveram de recolher os materiais.


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Ernani de Castro (MDB), líder de governo, com parte dos santinhos recolhidos na Boa União (Foto: Natalia Ribeiro)

Considerado crime, o derramamento de santinhos em espaços públicos ocorreu em zonas eleitorais de todo o país neste domingo (07), dia que marcou o primeiro turno das eleições presidenciais no Brasil. Em Estrela, não foi diferente. O vereador Ernani de Castro (MDB) encontrou vários panfletos ao se dirigir para votar, durante a manhã, no Bairro Boa União. Parte dos materiais recolhidos foi apresentado por ele, na sessão da Câmara desta segunda-feira (08), enquanto fazia uso da tribuna.


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Os papéis estavam em um saco preto, de plástico, separados especialmente para serem mostrados no momento da fala. “Durante a campanha, vi várias propagandas políticas sendo jogadas no chão, nas calçadas e nos carros. Mas o que mais me chocou foi no domingo de manhã. Quando me dirigia para votar, perto das urnas, tinha muitos santinhos. Quem faz essa sujeira não deveria ser eleito”, afirma ele.

A Secretaria de Obras do município foi avisada sobre o aglomerado de propagandas e, mesmo não sendo sua responsabilidade, recolheu os materiais. “Teve de disponibilizar pessoas, pagar hora extra, gastar combustível – coisa que não precisava”, diz. Segundo o emedebista, os santinhos eram de vários candidatos. Durante o dia de eleições, pessoas foram presas no Brasil pela prática de boca de urna. Em Estrela, houve uma prisão, ainda pela manhã, pelo transporte de eleitores.

Discurso versus prática

A temática das eleições foi a mais debatida na Câmara de Vereadores na sessão desta semana. Márcio Mallmann (PP) questionou os eleitores que se dizem contra a corrupção a partir de um episódio ocorrido em Linha Delfina, onde ele reside.

“Eu estava indo para casa depois de votar quando me deparei com um carro, um Corola, com placas de Estrela, num canteiro de flores. Uma senhora sentada e nitidamente pedindo para empregada – creio, fiz essa leitura, ela estava arrancando flores do canteiro e levando para o carro. Eu parei, e não sou desse tipo de atitude, e saí gritando, falando para deixarem as mudas e saírem. Depois querem falar de corrupção. Essas pessoas se sentem no direito de pegar o que não é delas”, conta.

Representatividade

O vereador Volnei Zancanaro (PR) foi outro que utilizou a tribuna para falar das eleições. Criticou as pessoas que fizeram campanha para candidatos de outras regiões do Rio Grande do Sul, postulantes à Assembleia Legislativa e à Câmara Federal, estendendo sua fala, inclusive, aos colegas de legislatura. “Tenho certeza que se nós 13 nos uníssemos, teríamos um estadual e um federal. Tenho certeza disso. E fico triste quando cada um puxa para um lado”, comenta.

Suas palavras provocaram desconforto entre os vereadores. Ao deixar o espaço, ele e Castro discutiram*. O colega Felipe Schossler (PTB) acabou se envolvendo no bate-boca. A Mesa Diretora teve de intervir verbalmente para que a sessão pudesse ter continuidade.

O encontro desta semana não teve projetos em pauta. A Casa deve finalizar, até sexta-feira (12), a redação de emendas à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), encaminhada pelo Poder Executivo. A próxima sessão ocorre em 15 de outubro. NR

*Diferentemente do que foi publicado no dia 8 de outubro, a discussão teve início entre Zancanaro e Castro, e não com Schossler. O petebista alega que ingressou no debate ao tentar defender verbalmente o líder de governo na Casa, do MDB.

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