Plástico, agricultura e canudinhos


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O plástico surgiu em 1900 e, a partir de 1950, o uso vem num crescente em todas as suas aplicações inclusive na agricultura. Existem cerca de vinte grupos de plásticos para os mais diferentes usos. Na agricultura de forma geral usamos o plástico para cobertura do solo, cx de água, reservatórios, armazenagem, barracas, sacarias, estufas, silos, telas, canos diversos, mangueiras, Mulching (filme agrícola), embalagens diversas, partes de equipamentos agrícolas, embalagens de agrotóxicos e tantos outros que seria quase impossível termos produtividade hoje sem plástico.

A evolução do plástico já esta na produção dos bioplásticos degradáveis. O plástico verde a partir da cana de açúcar feito pela Braskem. EMBRAPA tem trabalho com filmes e embalagens feitas de mandioca e as novas descobertas aparecem a cada momento. Aos poucos vão sendo superados as dificuldades e custos par termos novas gerações de plásticos mais condizentes com o meio ambiente.

O plástico tem o seu outro lado negativo a da “poluição” e a demora a serem degradados: copinhos 200 a 450 anos; tampa de garrafa 100 a 500; garrafa plástica mais de 500; fralda descartáveis 600 anos… A preocupação lógica é grande. Comparado com os benefícios que trazem faço uma pergunta. O plástico é o problema ou é a forma de quem usa e não dá o destino correto do pós-uso? Um pouco de cada.

Tem uma campanha que vem sendo moda agora, as dos “canudinhos”. É verdade causa problemas e não pode ser jogar por aí e há alternativas de serem substituídos. Algumas fotos divulgadas de tartaruga com canudinho chamaram e emocionaram a todos. Mas, plásticos no estomago de peixes e baleias infelizmente também são comumente encontradas. A estimativa que 80% da poluição dos mares são de plástico chegando ao redor de 8 milhões de toneladas (não só canudinho).

Na revista veja 18-julho-2018 trás dados de uma ONG Internacional COASTAL CLEANUP- ano 2016 que coletou milhões de itens nas costas dos cinco oceanos. E foram assim classificados. A primeira foi disparada milhões de garrafas plásticas e tampinhas. Segundo bituca de cigarro 1,86 milhões (um milhão só na costa americana). Terceiro 762.000 embalagens de alimentos. Quarto 520.000 sacolas de supermercados. Quinta 419.000 tampas de copos. E sexta os canudinhos com 409.000 unidades. Pergunto uma unidade de garrafa equivalem quantos canudinhos que pesa em média 0,5 gramas?

Viveríamos hoje sem plástico? Dificilmente, cerca de 90% de nossos alimentos tem alguma embalagem de plástico. Parece-me o que esta errada é o que fazemos com o plástico, entre eles o uso exagerado e principalmente destinar os resíduos e descartes para a devida reciclagem. Todo o plástico é reciclado. Cerca de 60% deles precisam ser duráveis e levam mais tempo para se degradar como canos, peças automotivas… E 40% são descartáveis de um uso só e de degradação mais rápida, mas ambas são recicláveis. E fiquem bem claro muitas alternativas de produtos estão surgindo para substituição dos plásticos. E estão aí para serem usados.

Na região temos oportunidades de dar o destino correto dos plásticos. Temos recolhimento separado e muitos municípios inclusive no interior. Há Cooperativa ou associação de recicladores. Também catadores independentes que recolhem para depois repassarem as empresas recicladoras. Aliás, trabalho pouco valorizado, mas bem interessante para o meio ambiente. No caso de embalagem de agrotóxico temos o recolhimento e destino para reciclagem.

As instituições de ensino, jornais, ONGs, nossos meios de comunicação estão sempre apoiando as ações na motivação e educação ambiental. O ente público na grande maioria está com ações para o recolhimento separado do plástico. Temos empresa recolhendo o lixo eletrônico e campanhas nos municípios. Viva o Taquari vivo é um bom exemplo. E o que falta então? Cada um assumir o que precisa ser feito separar o lixo, e destinar para a reciclagem. Parar de reclamar e fazer a sua parte. Não culpe só o “canudinho”.

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