Quebra ventos e temporais


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Foto: Divulgação

No curso e Agronomia na disciplina de “Construções Rurais” para os cálculos de telhado, se não me engano, considerávamos ventos de 85 km/hora. E isto tinha influência fundamental nos tamanhos das tesouras, madeiras a serem utilizadas e amarração do telhado na estrutura. Sejam para casa, galpões, aviários, pocilgas, estábulo e outras obras.


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Também tinha alternativa que era estudada, que levava em consideração a proteção destas instalações contra vento forte chamada quebra-ventos. Já conhecida há muito tempo, mas pouco usada no Brasil. Em outros países como EUA e Rússia seu uso é bem mais significativo. Mas nós precisaríamos levar em conta esta recomendação para diminuir os riscos. Ainda mais que estes ventos têm chegado a 100 km/h e recentemente em Alegrete mediram 133 km/h.

E precisamos levar em conta ainda que estejam sendo mais frequentes. Precisamos rever o estado das instalações que já estão construídas. A própria telha utilizada, maiores para diminuir o uso de madeira e muitas vezes finas por serem mais baratas, preocupa. E boa parte das instalações atualmente foi construída sem engenheiro responsável (Agrônomo, Florestal, Agrícola, Civil) que tem as condições de fazerem os cálculos necessários, precisaria ser revista.

O plantio de árvores e arbustos com orientação e locais adequados para desviar os ventos mais fortes é complexo. E se encaixaria bem entre as tecnologias sustentáveis preconizadas. E não serve só para defender instalações, mas também cultivos mais delicados como hortas, pomares, estufas e outros.

Servem também de barreiras sanitárias para pragas e doenças, controle de microclimas, produção de lenha, proteção de animais, de aves, e embelezamento da paisagem. Ainda pode ser levada em conta que podem servir de pasto apícola e atração de insetos para polinização (abelhas com e sem ferrão). Também diminuem o acamamento (deitamento de plantas), protegem a floração das frutíferas e outros.

Como complicador vejo o tempo que leva para o pleno funcionamento, quando esta totalmente pronto que pode levar de 5 a 10 anos, e os cuidados que deve se dar durante este tempo.

Quando se faz o cálculo do tamanho da barreira quebra-vento é preciso levar em conta o comprimento, largura e altura. Normalmente se leva em conta no comprimento que precisa ter 20 vezes a altura final. A altura é que vai diminuir a velocidade do vento e a distância do “sombreamento” do vento (até onde vai proteger) chegando até 25 vezes à altura. E a largura “espessura” deve se levar em conta que deixe passar 40% do vento.

Ela não pode ser “impermeável” se não vai causar turbulência antes e depois da barreira. A nomenclatura utilizada para o quebra-vento antes da barreira de plantas é “barlavento” e depois “sotavento”.

As espécies a serem utilizadas devem ser adequadas à região entre nós a bracatinga, acácia negra, grevílea, casuarina, leucena, eucalipto, cipreste, dracena, hibisco, bambu, abacate e outros. As frutíferas nativas podem ser interessantes além da proteção dos ventos fornece frutas. Que terão importância no mercado futuro, e ainda de produção artesanal de geleias, licores, compotas etc. Importante que se utiliza árvore de copas uniformes e pouco densas para que permita a passagem de ar como vimos.

Nos países onde são comumente usadas as pesquisas chegaram a dados interessantes. No cultivo de cereais há aumento de 25% a 30%. Nas hortaliças 50% a 75%. Em forrageiras 100% a 200%. Em frutíferas favorecem a polinização e aumenta significativamente a produção dependendo da espécie 25% a 30%.

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