Repercussão da greve dos caminhoneiros preocupa vereadores de Lajeado

Para o parlamento municipal, permanência da mobilização traz prejuízo à população


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Foto: Carolina Gasparotto

A greve dos caminhoneiros, que entra no seu 10º dia, repercutiu na sessão ordinária desta terça-feira (29), da Câmara de Vereadores de Lajeado. Na parte dos pronunciamentos, os parlamentares sincronizaram discurso sobre os prejuízos que a manutenção da mobilização pode causar ao país, mesmo após acordo de representantes da classe e o Governo Federal. Para Neca Dalmoro (PDT), a greve passou do ponto. “Apoio a causa dos caminhoneiros, mas agora já deu. Os efeitos desta greve, a partir de agora, começam a causar prejuízos à população”,disse.

Sérgio Kniphoff (PT), também criticou setores do movimento que reivindicam a intervenção militar. “Os manifestantes acham que os militares vão fazer a transição de governo e sair. Já vimos esta história antes. Em 1964, os militares também fariam isso e acabaram ficando por 20 anos no poder. Não tem saída mágica. Para mudar precisamos da democracia, e sair da crise com o voto dos eleitores”, afirmou.

Carlos Ranzi (MDB), disparou contra o presidente Michel Temer, seu correligionário político. “Temer prefere a Petrobras do que o povo. O presidente da estatal, Pedro Parente já disse que o Governo deverá seguir a política de preços da Petrobras, a qualquer custo. Sendo assim, nada vai mudar, mesmo com a greve. O problema é que existe um monopólio do petróleo no Brasil, enquanto que nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 40 empresas privadas prestam o serviço”, observou.

Waldir Gisch (PP), lamentou o bloqueio de postos de combustíveis por manifestantes. “Ouvimos na imprensa durante a tarde, que manifestantes impediram a população de abastecer seus carros em um posto de combustíveis, que recebeu um pouco de gasolina. Isso é lamentável. Ali está o pai que precisa levar seu filho especial para a Apae, o pai que precisa levar sua filha ao médico e o trabalhador que precisa de seu carro para ganhar dinheiro. Também cabe ressaltar os problemas enfrentados pelo setor primário. Os produtores de leite, que já vem sendo mal remunerados, estão jogando fora a produção, pois não conseguem passar pelos bloqueios. A situação é preocupante”.

Mozart Lopes (PP), citou as manifestações políticas registradas nas mobilizações. “Sou contra a ditadura e contra depor o atual presidente. Temos eleições dentro de dois meses. Não há necessidade. A melhor maneira de se manifestar é com o voto. Temos que eleger um presidente comprometido com as mudanças e reforma necessárias, inclusive, a privatização de estatais como a Petrobras e Eletrobras, por exemplo”. Paulo Tóri (PPL), admitiu a legitimidade da greve dos caminhoneiros, por outro lado, mostrou preocupação com os excessos. “Temos que ver a greve com bons olhos, mas os protestos não podem afetar a população dessa maneira”, referindo-se ao desabastecimento de combustíveis e demais itens de necessidade básica.

Aberturas de créditos aprovadas

Os Vereadores aprovaram por unanimidade, aberturas de créditos especial e suplementar. São R$ 23 mil a título de devolução de saldo e R$ 2,3 milhões para o pagamento de ações judiciais precatórias das sentenças trabalhistas que tramitam na Vara Civil da Comarca de Lajeado.   A Tribuna Livre da casa foi ocupada pela 1ª Prenda Adulta do Rio Grande do Sul, a lajeadense Jéssica Thaís Herrera./LF

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