Pelo menos 322 casos de caxumba foram notificados no Vale do Taquari no período de janeiro a junho de 2017. No Rio Grande do Sul, são cerca de 3 mil notificações individuais e 43 surtos, conforme dados da Secretaria de Saúde. A maior incidência é registrada em espaços de uso coletivo, como empresas e colégios. Vacinas estão disponíveis na rede pública de saúde, para pessoas até 49 anos.

Em reportagem veiculada na quinta-feira (1º), o Grupo Independente noticiou 14 casos de caxumba no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco, o Castelinho. A repercussão da matéria, com denúncias de mais infecções em outros municípios do Vale do Taquari, mostrou que a doença não está presente apenas na escola. Conforme a enfermeira da Vigilância Epidemiológica da 16ª Coordenadoria Regional de Saúde (CRS), Erika Ribeiro da Silva, “estão ocorrendo vários surtos pelo estado há quase um ano”, relata.


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Os casos teriam começado com os chamados “jovens-adultos”, na faixa de 20 a 30 anos. A enfermeira explica que a vacina tríplice viral, que protege do sarampo, caxumba e rubéola, começou a ser aplicada no estado em 1997. “Antes disso, as pessoas não foram imunizadas para caxumba. Por isso, esse surto está ocorrendo agora”, explica. Transmitida por via aérea ou através de contato com secreções respiratórias, a doença foi rapidamente disseminada, resultando no alto número de casos desde 2015.

Febre, dores no corpo, dor de cabeça, no ouvido e mal-estar são os sintomas da caxumba, “sinais emitidos pelo corpo quando em contato com várias doenças. O que define o diagnóstico, é a inflamação no pescoço”, afirma a enfermeira. O processo inflamatório provoca o inchaço da área, o que é característico da patologia. Não há exame clínico para diagnosticar a caxumba.

O período de incubação da doença vai de 12 a 25 dias. Os sintomas começam a aparecer cerca de uma semana antes da inflamação e até nove dias depois do contágio. A enfermeira recomenda que o doente fique afastado do convívio com outras pessoas durante nove dias, “ficando isolado o máximo possível”.

Com capacidade para atingir crianças e adultos, a caxumba não apresenta risco de morte. “As complicações são bem pequenas, tanto é que ela não é de notificação compulsória nacional, mas passou a ser estadual em virtude dos surtos. Como consequência, a literatura registra chance de 1% para meningite asséptica, de 5% para inflamação nos testículos e de aproximadamente 1% para inflamação nos ovários”, afirma.

A vacina é gratuita e está disponível na rede pública de saúde. As doses devem ser aplicadas em pessoas de 1 a 49 anos. Grávidas não podem ser imunizadas. Pessoas nascidas a partir de 1997 já foram imunizadas. NR

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