Voluntária busca casa para alugar e ampliar espaço de cães e gatos resgatados

Traudi Adi Klein precisa desocupar imóvel cedido no Bairro Santo Antônio, onde mora com 18 animais, sendo 16 cachorros e dois gatos.


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Traudi e um dos cães que moram na residência, no Bairro Santo Antônio (Foto: Natalia Ribeiro)

Há cerca de três anos que uma casa simples, entre os bairros Santo Antônio e Nações, em Lajeado, é o lar de Traudi Adi Klein. A mulher, de 53 anos, mora com os amigos, como ela chama. Atualmente são 18 animais que a fazem companhia: 16 cachorros e dois gatos. Por exigência dos proprietários do imóvel, ela precisa, com urgência, encontrar um novo espaço. “A minha situação aqui é quase que desesperadora”, diz.


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Traudi conta que os últimos meses têm sido difíceis no local. Ela tentou, de diversas maneiras, encontrar uma casa, de preferência com pátio cercado. Inclusive fez anúncios na programação da Rádio Independente para tentar negócio com locatários – mas sem sucesso, por enquanto. “Estou sendo ameaçada de despejo. Já recebi, também, ameaça de morte e de envenenamento dos cachorros caso não saísse logo”.

Quando passou a residir na casa, ela tinha um contrato de utilização. Herdeiros do local, no entanto, têm cobrado a saída do espaço. Mas ela não tem para onde ir. Traudi revela que buscou ajuda da Prefeitura de Lajeado. “Estive lá pedindo e disseram que não me encaixo nesse programa”. Ela questiona programas recentes adotados pela administração municipal, bem como explicações da negativa à ajuda.

Parte dos animais, que foram castrados recentemente, são cuidados por Traudi dentro da casa. (Foto: Natalia Ribeiro)

“Os papeleiros ganharam casa, entendo, compreendo, admiro muito até o pessoal da prefeitura que está fazendo isso, mas porque se eles ganharam a casa, porque eu, no caso, não posso pedir uma para mim e para os cãezinhos que eu cuido e eu resgato?”. A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) de Lajeado auxilia a mulher com castrações dos animais. Dentre os bichos que atualmente cuida, apenas um cão ainda não foi castrado, pois o resgate das ruas ocorreu recentemente.

Preconceito

Além do elevado número de animais, Traudi acredita que o preconceito das pessoas seja um empecilho na busca de um novo lar. Ela é conhecida como “loira da bicicleta”. É como garota de programa e através de doações da comunidade que ela sustenta os bichos. “Confundem muito e tem muita discriminação pelo local, que é perto do Santo Antônio, e por eu ser a loira da bibicleta. Eu não recebo muita ajuda por causa disso. Mas eu quero deixar bem claro que uma coisa não tem a ver com a outra. Eu faço isso pelos cães como Traudi, como gente, como ser humano”, fala.

O atual endereço de Traudi e dos animais, próximo ao Estádio Alviazul, apresenta mais dificuldades além da necessidade de abandonar a casa. Não há instalação de água e energia elétrica. Ela busca o líquido de uma sanga nos fundos da casa ao lado, o que usa para beber e tomar banho. Já com relação à luz, essa é distribuída por meio de extensão da rede de um vizinho, que cobra R$ 100,00 mensais.

O que diz a prefeitura

O secretário do Meio Ambiente de Lajeado, Luis Benoit, fala que a administração está sempre à disposição e que busca auxiliar nas demandas apresentadas por Traudi, como no caso das castrações. Visitas à residência ocorrem com frequência.

A possibilidade de entrega de um novo lar ficaria a cargo do setor de Habitação da Secretaria de Trabalho, Habitação e Assistência Social (Sthas) da administração de Lajeado. Duas famílias atualmente fazem uso de aluguel social, o que poderia ser uma alternativa para Traudi. A pasta pediu que ela procure o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) para tratar do assunto. NR

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