A arte tem a capacidade de potencializar sentimentos que aproximam as pessoas umas das outras

A jornalista, psicóloga e psicanalista clínica Dirce Becker Delwing faz uma reflexão sobre a arte


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Foto: Divulgação/ Pexels

“Vamos comprar um poeta”, livro do escritor português Afonso Cruz. A história é contada por uma menina de 13 anos, que deseja comprar um poeta para ficar na sua casa. Nesta família tudo é contabilizado, tudo é calculado. Na televisão, só assistem a programas de finanças.


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As roupas, os objetos da casa e os alimentos ostentam grifes de empresas patrocinadoras. A menina narra: “O meu irmão desceu as escadas que tinham patrocínio de uma empresa de telecomunicações”. Por conta disso, a presença de um poeta destoa da realidade em que todos vivem à sombra dos números e da razão. Contudo, dizendo uma frase aqui e ali, o poeta vai criando sensibilidades. “As rugas são as cicatrizes das emoções que vamos tendo na vida.”

A empresa, dirigida pelo pai, estava indo de mal a pior. “Precisamos apertar os cintos”, era a ordem que reinava na casa. Essa nova realidade financeira deixará todos muito assustados, uma vez que as posses financeiras tinham grande significado para a família. Acontece que, de uma hora para outra, o pai conseguirá restabelecer a lucratividade na empresa. Ele não contava sobre seu método. Mas, ao vasculhar os documentos do escritório do pai, a filha encontrou uma frase do poeta, escrita numa folha:

“Um beijo é mais eficiente à temperatura do corpo”. Por conta dessa frase, o pai havia mandado instalar aquecedores nos ambientes de trabalho, resultando num aumento expressivo da produtividade. Isso porque compreendeu, através da frase do poeta, que trabalhadores que exercem suas atividades num espaço com temperatura agradável são mais produtivos.

A arte pode nos salvar de muitas mazelas, especialmente porque potencializa sentimentos e emoções, como a empatia e o respeito ao próximo.

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