A ‘dura’ realidade do transporte escolar particular

'Topiqueiras' de Lajeado relatam as dificuldades da sua categoria. Em 2020, puderam trabalhar em apenas 20 dias, e a perspectiva de retorno não é nada boa.


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Ione Prass e Mariluce Kraemer Karsburg (Foto: Rodrigo Gallas)

Os ‘topiqueiros’ de Lajeado, motoristas particulares responsáveis por levarem boa parte dos alunos às escolas, vivem uma dura realidade com a pandemia de coronavírus. Tendo trabalhado apenas 20 dias neste ano, o valor recebido com a função não teria sido suficiente nem para a manutenção dos veículos.

E a perspectiva de retorno não é nada boa, já que apenas crianças de quatro e cinco anos voltarão em um primeiro momento, no dia 1º de outubro, se a família assim desejar. “A gente quer trabalhar, mas não tá conseguindo. A gente só vai poder voltar quando o pai achar que é bom para ele”, lamentam as integrantes do grupo de ‘topiqueiros’ de Lajeado Ione Prass e Mariluce kraemer karsburg. Segundo elas, há colegas que venderam seus carros, porque não tem mais dinheiro.


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Mesmo quando todos os níveis retornarem, as vans deverão operar com a capacidade reduzida para aumentar o distanciamento entre os alunos. A lotação deve ficar em 50% da capacidade total. “A gente ta ‘batendo’ muito com o prefeito. Queremos e precisamos fazer parte da condição de retorno das aulas, porque o diálogo, apesar de sermos pouco ouvidos, acreditamos que é tudo. Estamos dispostos e precisamos trabalhar.”

As topiqueiras dizem que se sentiam importantes, mas com o cenário atual estão se sentindo desvalorizadas e tristes. “No início do ano, quando começam as aulas, a gente se sente a pessoa mais importante do município. Quando a gente pega a criança e coloca no bebê conforto, leva para a escola e só traz de volta à noite. Temos uma ligação com os pais”, comentam sobre a relação de confiança com os contratantes, e continuam: “porém, agora, estamos nos sentindo muito tristes. Nossa categoria se sente assim. Não temos mais palavras pra expressar o que sentimos. Somos guerreiros que já não tem mais ar.”

Texto: Rodrigo Gallas
web@independente.com.br

7 Comentários

  1. Infelizmente a realidade para muitas categorias e muito dura.
    Rezar e torcer para que o normal se torne o antigo normal o quanto antes, pq os que continuam a apoiar e gritar para que continuemos em isolamento não conseguem enxergar além do próprio umbigo (possivelmente são pagos pelo estado), que muitos e muitos estão passando necessidades imensas.
    Retorno já de todas escolas.

  2. Bom dia . meu nome é Cláudio sei bem o que eles estão passando.tambem trabalho com transporte escolar em Caruaru aqui não é diferente estamos esquecidos pelas autoridades .

  3. Bom dia, faço transporte escolar em Recife e tbm não está fácil, muitos passando necessidades. A única ajuda q recebemos foram 2 cesta básica durante esse período. O governo ofereceu um empréstimo com carência de três meses para começar a pagar, como vamos pagar se não sabemos quando retornaremos a trabalhar. E como o companheiro disse acima quando voltar muitos pais não mandaram seus filhos, vamos trabalhar com poucas crianças e vamos ter mais prejuízo.

  4. suo transportador escolar ha 27 anos e fico triste em dizer que estarei deixando a atividade. percebi que não tenho mais valor. já estou no transporte da segunda geração filhos dos filhos. não farei a terceira geração. estou triste e peço a Deus forças pro novo caminho.

  5. Sou Jorge e trabalho no Recife. Quando estamos transportando os filhos de alguém, somos importantes, quando deixamos, nem olham mais pra gente. Mais colocamos outros e a vida continua. Agora com esta pandemia, viramos nada, tanto pra clientes como pra mobilidade (governo). Não tivermos direito a ajuda de lado nenhum. Triste situação dos transportadores escolares. Escravos…

  6. e tiste a situação em que estamos passando em mg também noz transportadores escolares merecemos ser valorizados somos grandes e responsaveis pela educação do Brasil quero que os governantes enxergam eata classe e valorizem pois somos humanos somos iguais..nesta fase de pandemia época tao difiçil…os deputados vereadores governadores presidentes sei que mensalmente vcs receberam seus salarios por que nao lembrar de nós sendo que somia funcionarios tambem .pagamos impostos votamos elegemos alguem agora autoridades políticos vem ajudar defender esta classe que urgemente pede socorro demais abraço pra todos brasileiros antenciosamente silverinha transportes turmalina vale do Jequitinhonha. educar e preciso..ser valorizado tambem…

  7. Sou transportador escolar de são paulo,passo pelos mesmo problema,enquanto,tiver quem mama nas tetas dos prefeitos,como a classe de ensino,não haverá aulas,mas se resolverem cortar salarios de quem está fazendo movimentos contra o ensino,vamos ver esta classe que esta prejudicando as escolas fazerem movimentos para a volta as aulas.porem do jeito que está atualmente será immpossivel alguem que recebe salários normais dos governantes fazem protestos para voltarem as aulas.

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