Agronegócio: que venha 2020!

Quanto mais saudáveis produzirmos, mais espaço vamos conquistar.


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O Brasil, estado e região terão boas perspectivas para o próximo ano. O mundo está atrás de proteínas e, para produzi-las, é preciso de grãos, solo, área e clima. Se soubermos usar temos para nós e para os compradores internacionais.

A cada ano, batemos recordes de produção e comercialização. Mas, acima de tudo, o produtor precisa no final de tudo ter renda, e este é o desafio. Vamos manter e melhorar nossas condições sanitárias para que não tenhamos doenças nas plantas e animais, que nos derrubam no mercado internacional.

Quanto mais saudáveis produzirmos, mais espaço vamos conquistar. O licenciamento de novos agrotóxicos, alguns em substituição a outros indesejáveis. Outros menos agressivos ao aplicador e meio ambiente. E, principalmente, aquele considerados e aceitos como biológicos para produção agroecológica.

A elite de produtores médios e grandes e alguns pequenos terão a preferência neste mercado internacional, talvez represente a quarta parte dos produtores brasileiros. O restante, muitos com a mesma ou mais qualidade, estarão produzindo para o mercado interno. As informações creditam 75% dos brasileiros alimentados pela agricultura familiar, onde o pequeno produtor é predominante. E nem por isso perdemos quantidade e qualidade e precisa ser valorizado pelos consumidores neste ano que se avizinha.

Prepare-se para outros rumos de alimentação, o crescimento dos veganos, vegetarianos, Plantas Alimentícias Não Convencionais (Panc). Temperos e plantas medicinais (Bioativas) estão em alta e exigem produtos de qualidade e se tornarão nichos de mercado importante. E mais: o crescimento de produção orgânica, agroecológico, em grande procura e aceitação continuará. Mercado dominante do pequeno produtor. O número de produtores em transição para esta forma de produção cresce e logo estarão participando do mercado. Este será o mercado dos pequenos.

Quanto a carnes de gado, suínos e aves continuará em alta favorecendo também o estado e região. O cuidado sanitário deve ser cada vez maior, não podemos vacilar e deixar entrar doenças por aqui. O leite merece um comentário à parte. A nova legislação vai ser implantada infelizmente mais alguns produtores ficarão fora. Há promessas de novos mercados querendo laticínios do Brasil. Haverá deslocamento de produtores para este mercado abrindo espaço para o mercado interno. Vamos precisar de leite e algumas adaptações de trabalho em forma cooperativa e associação precisará acontecer e ocupar este mercado.

O grão de soja continuará com boas perspectivas. O milho deverá ser o grão da vez. Para produzir carne os dois são fundamentais. E aqui no país ainda temos o etanol (milho) e o biodiesel (soja), que precisam ser produzidos. Este final de ano, o clima seco não tem ajudado na produção. A quebra é significativa e vai aumentar a procura de grãos. Se, para o produtor que planta vai valer mais, para o criador vai sair mais caro. O custo de produção vai aumentar e repercute no preço final. Vamos continuar pagando caro as carnes. Outro espaço carnes alternativas.

Quanto às frutas e hortaliças também estão sendo afetadas pelo clima. Se, por um lado, mais doce pela quantidade de sol e clima seco, por outra menor produção. Com temperaturas beirando os 40°C e numa sequência de dias nem sombrite e irrigação ajuda a controlar satisfatoriamente a produção e ainda aumenta o custo de produção. Os consumidores pagarão mais caro e precisamos seriamente a diminuir o desperdício de alimentos nestas duas áreas críticas, hortaliças e frutas.

Aqueles que se dedicam a pequenas hortas domésticas e ou apartamento e jardins irão precisar recomeçar em março. Abrirá espaço para mercado de insumos etc. para este novo recomeço. Acima de tudo este “hobby” saudável está em crescimento e faz bem a todos.

Que venha 2020 sem medo de “empreender” como dizem agora. Novas ações, novos produtores, produtos diferentes, mais prazer em produzir apesar das dificuldades. Que tenha lentilha, romã, uva, suínos, aves, laticínios, pêssego, maçã, nozes… enfim: aquilo que nossos produtores estão nos oferecendo.

Feliz ano novo e muita saúde a todos que nos acompanham!

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