A forte onda de calor que assola o Estado gera muitas consequências também em pequenos municípios do Vale do Taquari. Além de ter que suportar o sol escaldante e temperaturas que passam dos 40 graus, produtores rurais veem a produção ser perdida e as águas se escassearem para tratar os animais.
ouça a reportagem
Na localidade de Barra do Fão, que faz limites entre Pouso Novo, Travesseiro e Marques de Souza, a produtora rural Adriana da Rosa lamenta as perdas na lavoura de milho e se adapta ao melhor horário de trabalho para ir evitar as altas temperaturas.
“A lavoura de milho está perdida. O Rio Fão está com menos de um metro de uma margem para outra. E agora, para trabalhar na roça e cuidar dos animais, iniciamos às 7h e vamos até as 10h. Depois das 18h até as 20h. Fora disso não tem como suportar o sol.”
No distrito de Tamanduá, em Marques de Souza, Renivo Kerber, que se dedica a agricultura há muitos anos, comenta que a estiagem dessa vez provoca também escassez de água em rios e arroios. “Já ocorreram outras estiagens que acabaram secando árvores mas agora é a água que já está faltando. Secaram arroios e vertentes.”
De acordo com o agricultor, as consequências da estiagem refletirão durante todo o ano, mesmo que as chuvas sejam normais daqui para a frente. “Logo voltará a chover, mas não teremos pastagens para o inverno. Esse ano será muito difícil”, prevê.
Em Travesseiro, os campings à beira do Rio Forqueta também sofrem consequências como a pouca procura pelos veranistas. De acordo com um dos proprietários, o nível baixo das águas até resulta em mais segurança para os banhos, porém, o forte calor afugenta o público.
Texto: Alício de Assunção