A desigualdade na distribuição das tarefas domésticas entre homens e mulheres é uma realidade histórica no mundo. E, em um contexto de pandemia, a situação delas, que carregam ainda a cobrança pelo cuidado com o outro, é ainda mais agravada. Tais situações criam a preocupação com a saúde mental das mulheres, submetidas diariamente a responsabilidades extras.
Segundo o levantamento Retrato das Desigualdades de Gênero e Raça, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto homens dedicam, em média, 10,5 horas semanais às tarefas domésticas, as mulheres destinam 23,3 horas de suas semanas com afazeres em casa.
Nesse sentido, a médica psiquiatra Christiane Ribeiro, membro da Comissão de Estudos e Pesquisa da Saúde Mental da Mulher da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), destaca que o quadro da pandemia é preocupante para a saúde mental das mulheres. “Elas já têm um risco aumentado para quadros depressivos e transtornos de ansiedade ao longo da vida reprodutiva, e esses riscos podem ser maiores se forem somados fatores estressores à realidade dessa mulher. E, neste período de isolamento, temos vários deles, como o aumento da sobrecarga em relação às atividades domésticas, home office, cuidado com os filhos sem uma rede de apoio, além do aumento dos índices de violência doméstica”, detalha.
Fonte: O Tempo