Após quase cinco meses de luta contra a Covid, paciente de 52 anos recebe alta hospitalar em Lajeado

Vilmar Martins chegou a ficar entubado por 66 dias, na UTI do HBB.


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Foto: Tiago Silva

No dia 12 de agosto de 2020, o morador do Bairro Campestre, em Lajeado, Vilmar Martins Oliveira começava a travar a sua maior batalha em 52 anos de vida. Na época, Martins passou a apresentar os primeiros sintomas da Covid-19. A piora do quadro de saúde, levou o jardineiro a internação na Ala Covid do Hospital Bruno Born (HBB), onde permaneceu por quase cinco meses (149 dias) depois de ter o diagnóstico confirmado para a doença.

Destes, 84 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sendo que a maior parte do período (66 dias) entubado (respirando com ajuda de aparelhos). Porém, a guerra conheceu seu vencedor na manhã desta quinta-feira (7). O novo coronavírus acabou sucumbindo à força de Vilmar.

Por volta das 10h30, o paciente chegou ao hall de acesso do HBB deitado em uma maca. Ainda bastante debilitado, Vilmar foi recepcionado com uma salva de palmas e cartazes, por integrantes do corpo clínico do hospital e familiares, entre eles a esposa e seus dois filhos, de seis e 18 anos de idade. O caçula Kauã Oliveira cumpriu a promessa que fez à reportagem da Rádio Independente e, como presente de boas, entregou um balão  ao pai. “Vou dar um balão para ele e o outro balão será para mim”, afirmou.

O irmão de Vilmar, João Oliveira, que acompanhou o familiar durante o período de internação, fala da angustia vivida durante os quase cinco meses de internação. “Foi muito angustiante. Cada dia uma surpresa. Um dia estava bem e no outro ficava mal. Na véspera do Natal, o doutor Lucas (Lucas Pereira Mallmann, médico que assistiu Vilmar) disse que ela receberia alta e iria para casa. Meia hora depois, ele teve uma parada cardíaca e foi para UTI, onde permaneceu até a segunda-feira desta semana. Nos últimos 15 dias, um médico disse para minha cunhada que ele iria durar só mais 48 horas. Ela disse para o filho de 6 anos que o pai não voltaria para tomar chimarrão com a família. Ele iria tomar chimarrão com o avô já falecido ‘lá em cima’. Rezamos muito pela sua recuperação”, conta Oliveira.

A porta-voz da família Oliveira foi a esposa de Vilmar, Mariklandia, que discursou no ato simbólico. “Quero agradecer à toda equipe do HBB, que continuou com a gente todo esse tempo. Eles não perderam as esperanças. Eles lutaram pela vida dele (Vilmar). Saímos eternamente agradecidos. Não temos palavras para agradecer pelo que fizeram pelo meu marido”, desabafou.

Agora, Vilmar Martins Oliveira passará para a etapa seguinte: o período de recuperação. É o que explica o médico Lucas Pereira Mallmann. “Vilmar ainda está bastante debilitado e com traqueostomia (orifício aberto artificialmente na garganta, para auxiliar na respiração) mas passará por processo de reabilitação com acompanhamento de técnica de enfermagem, fonoaudióloga, fisioterapeuta e nutricionista”, adianta o médico.

Até o meio-dia desta quinta-feira (7), a Ala Covid do HBB estava com 20 de seus 32 leitos ocupados: dois pacientes em observação; 10 na área de internação; e oito na UTI.

Luís Fernando Wagner
noticias@independente.com.br

 

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