Artes marciais são beneficiadas com retorno dos esportes coletivos no RS

Entidade de Lajeado, Ajula retomou judô com contato físico entre os alunos.


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Uso da máscara é obrigatório no judô e na dojô Ajula, de Lajeado (Foto: Natalia Ribeiro)

Esportes coletivos, que tenham contato físico entre os participantes, estão liberados desde a última segunda-feira (14) pelo governo do Rio Grande do Sul. A medida atinge a diversos setores, entre eles das artes marciais. Em Lajeado a dojô Associação de Judô Lajeado (Ajula) voltou com o contato físico entre os judocas.


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Sensei e presidente da Ajula, Nelson Sánchez relata que o esporte viveu momentos de dificuldade no começo da pandemia da Covid-19. De março a maio o ambiente foi fechado. Depois voltaram as aulas, mas com pessoal reduzido e limitação de espaço. O contato físico não era permitido. Agora é possível receber os atletas amadores.

“Graças a Deus com a disponibilização do novo decreto conseguimos dar aulas com mais contato. No começo foi difícil. Tínhamos poucos alunos e poucos horários. Agora a gente consegue ter um pouco mais de dinâmica nas aulas, pelo contato, e não só a parte física que tínhamos no começo, em meados de maio”, conta Sánchez. Em fevereiro cerca de 30 crianças, de 4 a 14 anos, estavam na Ajula. Hoje são em torno de 15 matriculadas. O novo coronavírus também diminuiu o número de atletas.

Mesmo com o novo momento, forçado pela doença, o sensei percebe a retomada das atividades, principalmente pelos menores. “Conseguimos mostrar para os pais que estamos com todos os protocolos, com organização e higienização, e que cuidamos das nossas crianças”. Diante do decreto, são recebidas até dez crianças por aula.

Na entrada há um tapete para a sanitização dos sapatos, que depois são secos em outro pano. Adultos, que somam dez matriculados, levam chinelos e fazem a troca na chegada. A cada 15 minutos as crianças higienizam as mãos com álcool gel e glicerina, combinação que faz com que as mãos não fiquem ressecadas e ainda evita prejuízos aos movimentos. O espaço é limpo ao final de cada aula, que tem duração aproximada de uma hora, duas vezes na semana.

Os judocas

Os pequenos estão felizes com a ampliação das possibilidades para o esporte na pandemia. A judoca Clara de Moura Sánchez, de 7 anos, diz que é bom voltar a encostar nos colegas, “porque a gente consegue fazer as técnicas direitinho”. Ela ainda revela o que mais gosta na prática. “Gosto do sensei, gosto de fazer as técnicas e gosto de brincar com os meus amigos aqui no judô”.

Clara e Luís treinaram na tarde desta quinta-feira (17). Eles são judocas há um ano (Foto: Natalia Ribeiro)

Um dos seus colegas, Luís Gustavo da Rocha Campos, 7 anos, também está animado. “Eu gosto mais de correr e brincar”. É muito bom estar com os amigos”. Ambos são judocas há um ano. Ela faixa branca com ponta cinza e ele cinza com ponta azul. Até alcançar a classificação máxima, preta, são oito graduações a serem conquistadas.

A alegria em voltar não é apenas dos alunos. Os pais sentem a importância do judô na saúde física e mental dos filhos, bem como para a construção de valores. O pai de Luís, Felipe Lopes Santos, conta que “quando foram retomadas ele não foi no primeiro dia. Perguntou como não estava no tatame. Essa sensação de pertencimento é tão real para as crianças que eles veem de forma espontânea. O retorno, ainda durante a pandemia, me fez perceber no Luís e nos demais alunos uma grande alegria”. Santos integra a Ajula e é um dos atletas amadores da categoria adulta.

Hoje a Ajula recebe crianças e adultos, mas o foco está nos pequenos, a partir dos 4 anos. O sensei explica. “É uma formação para eles, em que se trabalha com muitos princípios do judô, seja honestidade, coordenação motora, disciplinas e organização. Não só no tatame, mas é algo para ser levado para a vida toda”. Em virtude do Dia das Crianças a dojô programa uma celebração surpresa para 13 de outubro.

Texto: Natalia Ribeiro
jornalismo@independente.com.br

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