Assessor de vereador de Lajeado é agredido enquanto faz live de obras do parque Ney Santos Arruda

Vítima que realizava o vídeo devido denúncias da comunidade, diz que agressor foi identificado como um dos proprietários da empresa de terraplanagem terceirizada pela prefeitura


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Assessor político Marcos Ruschel trabalha para o vereador Carlos Eduardo Ranzi (MDB)(Foto: Caroline Silva)

Na manhã desta segunda-feira (27) o assessor político Marcos Ruschel, que trabalha para o vereador Carlos Eduardo Ranzi (MDB), esteve no Porto dos Bruder após denúncias recebidas pelo gabinete do parlamentar de que as cargas levadas pelos caminhões para as obras do parque Ney Santos Arruda não estariam completamente cheias.

Depois de identificar que sete caminhões passavam com as cargas pela metade, Ruschel fez uma live nas redes sociais de Ranzi, sem descrição, apenas para fins de registro. O vídeo tem duração de pouco mais de uma hora e é público. No entanto, nos minutos finais da gravação, um senhor se aproxima do assessor e o vídeo é interrompido com cenas que parecem remeter a uma agressão e o celular caí no chão.

Marcos diz ter recebido dois socos no rosto e no lábio do indivíduo que desceu de um caminhão da empresa de terraplanagem, que é terceirizada pela prefeitura. O caso foi registrado na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Lajeado ainda na manhã desta segunda. A vítima diz que o agressor é um dos proprietários da empresa. “Não havia identificação, ele apenas desceu do caminhão e começou a me agredir, mas pelas imagens conseguimos identificar que é um dos proprietários”, comenta.

No vídeo é possível ouvir quando o homem pergunta o que Marcos estava fazendo e ele responde que estava gravando e em seguida inicia a suposta briga. Ruschel fala que apenas estava realizando seu trabalho e causa estranheza o indivíduo ter se incomodado com o registro das cargas. “Estava lá porque vieram denúncias ao nosso gabinete de que as cargas não estavam completas, acabando ser necessário os caminhões irem mais vezes. Fui lá para ver e comprovar se aquilo estava acontecendo. Nesse caso era apenas um registro, não queríamos acusar nada, mas acabei sendo agredido”, conta.

Na sessão da Câmara de Vereadores desta terça-feira (28) o vereador Ranzi deve encaminhar um requerimento solicitando explicação sobre a obra. “O vereador deve pedir mais informações detalhadas sobre a obra, porque é dinheiro da comunidade, é um serviço terceirizado, mas a prefeitura precisa fiscalizar, e eu como assessor também tenho esse papel”, comenta.

A vítima lamenta o ocorrido e diz que o fato faz repensar como as coisas acontecem na cidade. “Eu estava pela pessoa que contribui todo mês. Não foi apenas eu que levei um soco, eu levei um soco por outras pessoas que estão questionando o que talvez não está certo. Se no processo de fiscalização já ocorre uma agressão, é para a gente pensar como as coisas estão acontecendo na nossa cidade”, reflete.

Prefeitura e empresa

O secretário da Secretaria de Obras e Serviços Públicos (SEOSP) do município, Fabiano Bergmann, o Medonho, disse que não estava sabendo da situação, mas que não é algo que diz respeito à prefeitura. “Apenas pagamos pelo serviço prestado, e de acordo com o fiscal de cargas tudo está de acordo com o andamento dos trabalhos”, ressalta. A reportagem não conseguiu contato com a empresa terceirizada através dos três telefones de contato informados.

Texto: Caroline Silva
jornalismo@independente.com.br

1 comentário

  1. Como esse Fabiano afirma que não é algo que diz respeito à prefeitura? Quem contratou então? Se o servidor público sabe que tem algo errado e não informa ele está prevaricando, ou será que tá ganhando alguma coisa com essa irregularidade??? Tem que investigar….

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