Vereadores aprovam repasse de mais de R$ 500 mil para construção de gavetas mortuárias e ossários

Mesmo não estando na ordem do dia, parlamentares discutiram proposta da prefeitura de abertura do comércio aos domingos e feriados


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Foto: Caroline SIlva

Os vereadores de Lajeado aprovaram um projeto de lei do Executivo que destina o valor de R$ 507.934,90 para a construção de 256 gavetas mortuárias e 44 ossários junto ao Cemitério Municipal do Bairro Florestal na sessão ordinária desta terça-feira (24).


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A proposta recebeu uma emenda do vereador Márcio Dal Cin (PSDB), que propõem a acessibilidade no local. Contudo, a alteração foi motivo de um longo debate, visto que para alguns vereadores, como Marquinhos Schefer (MDB), por tratar-se de uma obra da prefeitura, o acesso a cadeirantes já deveria constar no projeto. “Se tratando de obra pública é natural necessitar de acessibilidade. É um projeto que já tem que vir pronto. Como se vai esquecer dessas pessoas? Que mande um projeto completo, não faltando a metade”, comenta.

Marquinhos Schefer (MDB) (Foto: Caroline SIlva)

Relatório da Corsan

O relatório feito pela comissão temporária da Câmara de Vereadores que analisa o contrato do município com a Corsan foi aprovado com votos contrários dos vereadores Lorival Silveira (PP), Sérgio Kniphoff (PT), Schefer e Eder Spohr (MDB). O relatório final pede providências quanto a atuação da estatal na prestação do serviço e uma avaliação sobre a permanência do gerente da Corsan em Lajeado, Alexsander Pacico.

Dal Cin, que preside a comissão, disse que Pacico o convidou para uma conversa, mas que o diálogo apenas reforçou o que está no relatório. “Apesar de tudo, só nos deu mais certeza daquilo que colocamos no relatório. Ele veio nos comentar que não estava encontrando os documentos que solicitamos, foi lamentável, e uma frase infeliz dele foi que ele diz que não está preocupado com o relatório da Corsan. A gente fez a coisa certa. E não é algo pessoal”, afirma.

Márcio Dal Cin (PSDB) (Foto: Caroline Silva)

Banco de horas negativo

Um projeto de lei complementar do Executivo que ainda não passou pelas comissões, mas já é motivo de bastante polêmica é o do banco de horas negativo, para aqueles servidores municipais que estiveram afastados do trabalho devido a pandemia e continuaram recebendo remuneração e vale-alimentação.

Nesta segunda-feira (23), vereadores, sindicatos e prefeitura debateram em reunião das comissões a proposta. No entanto, o presidente da Câmara, Isidoro Fornari Neto (PP), definiu o debate como improdutivo. “O projeto não está maduro para ser votado. Infelizmente ontem foi um dia improdutivo. Viemos aqui ouvir acusações de um lado e de outro e nenhuma proposição. Temos que nos envolver bastante, fazer com que o Executivo e sindicato entenda a importância de resolver isso de forma pacifica”, reflete.

Isidoro Fornari Neto (PP) (Foto: Caroline Silva)

Abertura do comércio aos domingos e feriados

Outro projeto de lei da prefeitura que não estava na ordem do dia, mas rendeu discussão foi o que prevê a abertura do comércio aos domingos e feriados. Com a aprovação da proposta, a negociação aconteceria de forma direta entre patrão e funcionário, sem a intervenção do sindicato.

O líder de governo, Mozart Lopes (PP), saiu em defesa do texto. Ele mencionou o crescimento do turismo na região e município. “Ele não obriga ninguém. Estamos vivendo um momento ímpar no Vale do Taquari. Os municípios se uniram pela primeira vez para fazer um turismo coletivo. Entendo que não deve haver prejuízos aos trabalhadores. A Havan abrirá aos domingos, assim como o shopping, está se dando vantagem para um grande e prejudicando um do centro da cidade”, observa.

Mozart Lopes (PP) (Foto: Caroline Silva)

Quem também foi a favor a abertura dos estabelecimentos em domingos e feriados foi Alex Schmitt (PP). Ele frisou que o projeto não tira os direitos dos trabalhadores. “Lajeado é uma das únicas quatro cidades do Estado que tem essa limitação, e nem por isso as demais cidades tem o comércio aberto aos domingos. Se houver essa liberdade, em setembro temos a semana farroupilha, tradicionalmente alguma loja pode querer abrir para aproveitar essa data comemorativa. O projeto não pode restringir os direitos trabalhistas, esses direitos não vão ser mexidos. Essa narrativa da injustiça não se sustenta”, defende.

Alex Schmitt (PP) (Foto: Caroline Silva)

Mas Lorival Silveira (PP) disse ser contrário a proposta, e inclusive falou que é uma projeto de partido político. “Não é um projeto de governo, é um projeto de partido político, de partido novo, representado pelo vereador Alex. Se vamos abrir o comércio aos domingos, ok, mas que tenha uma parcela para pagar o seu uber e quem vai cuidar do seu filho. Hoje as pessoas estão esquecendo da convivência da família, só pensando em ganhar dinheiro, então que pague pelo seu deslocamento”, sugere.

 

Lorival Silveira (PṔ) (Foto: Caroline Silva)

Eder Spohr (MDB) também mostrou ser contra ao projeto, e ainda fez uma provocação. Conforme ele, a proposta será aprovada devido a maioria dos parlamentares serem do partido do governo. “O governo tem a maioria nessa casa, então se realmente o governo quiser aprovar, o projeto vai ser aprovado. A imprensa nem precisa falar com a oposição porque o governo tem a maioria nessa casa”, provoca.

Eder Spohr (MDB) (Foto: Caroline Silva)

Texto: Caroline Silva

jornalismo@independente.com.br

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