Cabeleireiro de Lajeado vende geleias para pagar aluguel enquanto salão de beleza não pode abrir

João Portela resolveu se reinventar no período de bandeira preta decretado no RS. Profissional se inspirou no trabalho da avó para produzir os alimentos


4
Atuando há 15 anos na área, o cabelereiro João Portela, achou no ramo da culinária uma forma de se reinventar profissionalmente (Foto: Gabriela Hautrive)

Com inspiração no trabalho da avó e ajuda da mãe, o cabeleireiro lajeadense João Portela (31), que atua há 15 anos na área, resolveu se reinventar e buscar uma atividade diferente no período em que não pode abrir o seu salão de beleza por conta da classificação de bandeira preta no Rio Grande do Sul. Portela conta que um dia antes do fechamento do comércio não essencial, como é considerado pelo governo estadual, que engloba os salões de belezas, entre outros locais, ele já se mobilizou, comprou frutas e passou a produzir geleias para vender.


OUÇA A REPORTAGEM 


Profissional pretende se manter no mercado da culinária mesmo depois de voltar com funcionamento de seu salão de beleza (Foto: Gabriela Hautrive)

A decisão por migrar para o ramo da culinária e assim conseguir renda para quitar o aluguel de seu espaço, localizado no Bairro Florestal, em Lajeado, vem de uma inspiração da avó Irla Feldens de 86 anos, que há 40 trabalha com produção e comercialização de geleias para estabelecimentos comerciais do município. “Ela me passou o segredo de como deixar a geleia mais encorpada e deixar ela conservada. Dentro disso abrimos um leque de sabores”, conta. Com os mais variados tipos, desde as tradicionais: goiaba, uva, manga, morango, até as novas: maracujá apimentada, morango agridoce e maça com canela, Portela vende vidros de 270gm por R$ 15 cada.

São produzidos diversos sabores e tipos de geleias para venda (Foto: Gabriela Hautrive)

No primeiro dia apenas uma unidade foi comercializada, mas o número foi aumentando conforme a divulgação dos produtos nas redes sociais. “Com essa primeira remessa conseguimos adquirir metade do valor do aluguel, que será entregue na sexta-feira na imobiliária, e agora, conforme a demanda, vamos suprindo as outras contas”. Para organizar o cronograma de vendas, João Portela conta com ajuda de sua mãe, Seli Terezinha. As manhãs são reservadas para fabricar as geleias, a tarde para entregar e a noite resolver questões burocráticas e financeiras do salão de beleza. “É um desafio bem interessante e saboroso, acredito que vamos conseguir”, completa o cabeleireiro.

No início da pandemia, o profissional contava com quatro funcionárias, mas devido ao fechamento do local por determinados períodos, passou a atuar sozinho. A ideia é que, mesmo quando o salão tiver permissão para funcionar de forma normal com atendimento ao público, Portela diz que pretende seguir investindo no ramo das geleias. “As pessoas devem ter a consciência de que além de encararmos isso com uma segunda onda, temos que encarar como uma segunda chance. Abrir nossa cabeça, ter garra, força e não desistir nunca”, pondera.

Encomendas são feitas apenas com agendamento e entrega, não é possível retiradas no local (Foto: Gabriela Hautrive)

Como adquirir as geleias

Quem deseja adquirir as geleias produzidas e comercializadas por João Portela, pode entrar em contato com ele através do Instagram @joaoportelacabelereiro, ou então pelo número: 9-8234-4121. As vendas funcionam mediante encomenda e entrega com agendamento. Não é possível fazer retirada no local.

 

 

Permanência em bandeira preta

O Rio Grande do Sul permanece na bandeira preta e sem cogestão até o dia 21 de março, conforme informado pelo governador do Estado, Eduardo Leite. A restrição máxima segue para conter a propagação do coronavírus e também a lotação dos hospitais. O estado chegou ao terceiro dia de lotação dos hospitais acima de 100% da capacidade. O prazo para manter a classificação ainda não está definido.

Na última sexta-feira, os indicadores do distanciamento controlado, elaborado pelo Comitê de Dados para Combate à Covid-19, foram divulgados, mesmo com o mapa sem alteração. Também foi mantida a regra que determina suspensão geral de atividades, das 20h até as 5h.

Texto: Gabriela Hautrive
reportagem@independente.com.br

4 Comentários

  1. É muito triste de verdade o que acontece nesse espaço.este rapaz está incapacitado de realizar seu trabalho com segurança e está tendo que literalmente se virar nos trinta pra não morrer de fome. Enquanto isso, em qualquer país sério, existiu um programa de auxílio do governo para casos assim. O Brasil já é uma vergonha, mas glorificar precarização como “empreendedorismo” é uma sacanagem com quem tá passando necessidade.

  2. Normal… No começo da gripesinha… Passava um carro nas ruas com o Paulo Rogério colocando terror para ficar em casa.. um continuou botando terror o outro ficou em casa … Agora um vende geleia o outro…?

  3. É sinistro.. está liberado.. ficar em casa.. ganhando peso… Bebendo alcoólicos…aumentando cortisol no sangue… Desenvolvendo diabetes… Ficando sedentários… Usando fucinheira que diminui muito o oxigênio aceitável para ser saudável.. diminuindo imunidade..fumar está liberado… comprar ração para cachorros…Tudo isso para o leite caumo é essencial…comprar chinelo.. não é… Comprar roupa não é … Praticar esportes não é. Vender lanches não é…trabalhar não é…tiranos

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui