Capacitação instrui gestores de todo o Estado para vacinação com doses da Pfizer


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Doses serão distribuídas aos município segunda-feira (Foto: Cristine Rochol /PMPA)

A Secretaria da Saúde (SES) realizou nesta quinta-feira (20) uma videoconferência com equipes de imunizações de municípios e regionais para capacitar as equipes quanto ao uso da vacina da Pfizer contra o coronavírus. Na próxima segunda-feira (24), serão distribuídas 108 mil doses da vacina desse fabricante para todas as cidades do RS.

O treinamento específico para a vacina da Pfizer é necessário por essas doses terem características específicas e diferenciadas de armazenamento, manuseio e aplicação. O número de doses de Pfizer por município está sendo finalizado e será divulgado até segunda-feira.

Essas doses da Pfizer que serão entregues têm, por parte da SES, orientação para utilização de primeira dose para pessoas com deficiência permanente que tenham entre 18 e 59 anos cadastradas no Benefício assistencial à pessoa com deficiência (BPC) do Governo Federal (estimadas em 42.570 pessoas), pessoas com comorbidades na faixa etária de 38 e 39 anos (58.994 pessoas, sendo que acima dessa idade já tiveram doses disponibilizadas pelo Estado) e gestantes com comorbidades e/ou gestantes sem comorbidades que apresentem indicação médica de avaliação dos riscos e benefícios.

Segundo a chefe da Divisão de Vigilância Epidemiológica, Tani Ranieri, a utilização dessa nova fornecedora na campanha é um desafio. “É um esforço que estamos realizando para colocar a Pfizer em todos municípios, pois trata-se de uma vacina diferenciada pelas questões de temperatura e diluição”, explica. “Por isso fazemos questão de chamar todos os municípios e regionais para a capacitação e que a informação que passamos para esses gestores chegue às equipes de vacinação”, acrescentou.

Aos municípios, um dos pontos ressaltados na capacitação ministrada por consultores da farmacêutica foram os prazos de armazenamento e utilização. Os municípios receberão suas doses refrigeradas (entre 2°C e 8°C). Nesta temperatura, as doses podem ficar por até cinco dias (120 horas).

Por essa limitação, a orientação do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (Cevs) é que os municípios realizem agendamento prévio das pessoas a serem imunizadas. Da mesma forma, não é recomendada a estratégia de vacinação fora de Unidades Básicas de Saúde, como em drive-thru, por exemplo. Na sala da vacina, após o frasco ser tirado do refrigerador e diluído, as doses dever ser aplicadas em até seis horas.

As doses da Pfizer chegam ao Brasil em caixas de transporte específicas, com isolamento térmico e gelo seco que permite a manutenção de temperaturas entre -90°C e -60°C por até 30 dias. Em freezers, com temperatura entre -25°C e -15°C, o armazenamento pode ser por até duas semanas. Em freezers de temperatura ultrabaixa (entre -80ºC e -60°C) as doses podem ficar por até seis meses. Após sair da fábrica, estando nas caixas térmicas ou nos freezers de -25°C a -15°C, o lote pode ser levado de volta a um ultrafreezer, reassumindo a validade original de seis meses. Essas temperaturas mais baixas do que precisam as doses das demais fabricantes são necessárias pois a vacina da Pfizer tem menos conservantes.

Seringas e diluentes

Além desse lote com mais de 108 mil doses, os municípios do Estado receberão quantitativo necessário de seringas e diluentes (soro fisiológico). A distribuição desses insumos já começou nesta semana e deve ser concluída junto com o envio das vacinas na segunda-feira.

Aumento no prazo de armazenamento

A Pfizer obteve nesta semana aprovação das autoridades de saúde dos Estados Unidos e Europa para que o imunizante tenha permissão para ser armazenado na temperatura de geladeira, entre 2ºC e 8ºC, por um período de 30 dias, desde que o frasco não tenha sido aberto ainda. Essa é uma autorização que ainda não é valida para o Brasil. Porém, as consultoras que ministraram a capacitação nesta quinta-feira adiantaram que a empresa deverá entregar nos próximos dias à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) a documentação e estudos que apontam a segurança por esse período maior. Tão logo haja uma decisão a respeito, as normas vigentes serão atualizadas pela agência e deverá haver nova instrução do Ministério da Saúde aos Estados e municípios.

Informações sobre as doses da Pfizer:

– Podem vir rotuladas como Pfizer-BioNTech, se produzidas na Bélgica, ou Comirnaty, que é o nome comercial usado na fábrica dos Estados Unidos. A vacina será distribuída no Brasil apenas com embalagem em inglês, mas a empresa dispõe de um site em português com conteúdos voltados para profissionais de saúde (comirnatyeducation.com.br).

– Cada frasco tem capacidade para seis doses. Ele vem com 0,45 mL do produto, que para a aplicação precisa de diluição de mais 1,8 mL de soro fisiológico.

– É uma vacina do tipo RNA mensageiro (mRNA), ou seja, usa parte de uma sequência do código genético do vírus como se fosse uma “receita” para o organismo produzir anticorpos.

– Estudos clínicos comprovaram uma taxa de eficácia de 95% após as duas doses.

– No Brasil, a orientação do Ministério da Saúde é de um intervalo de 12 semanas (cerca de três meses) entre a primeira e segunda doses.

– Reações adversas mais comuns incluem dor no local da aplicação, fadiga e dor muscular (raramente chegando a apresentar febre), que costumar aparecer em até 24 horas e apresentar melhora em até 48 horas.

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