Carrapato não tem pai?

O carrapato é responsável por perdas significativas de carne, leite e prejuízos no couro.


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Esta frase muitas vezes ouvida será verdade? Sim e não. Depende da espécie se reproduzem de forma assexuada precisando do macho e fêmea e o caso do “ Riphicephalus (Boofilus) microplus”. Este tem pai, sim. Ou assexuada onde a reprodução é por partenogênese sem o macho. É o caso do “Amblyomma rotundatum”. Ele se multiplica sem a fecundação do óvulo, são clones da mãe. Este não tem pai.

O carrapato é responsável por perdas significativas de carne, leite e prejuízos no couro. E responsável pela transmissão da tristeza parasitária bovina-TPB uma das principais causas de morte dos bovinos no RS.

Nesta época de inverno a infestação é baixa. Mas os que sobreviverem ao frio retornam na primavera para infestarem os animais. Reproduzem-se e vem com força no verão e mais ainda no próximo outono quando ocorre o maior número de casos de tristeza.

Só para lembrar 95% dos carrapatos estão nas pastagens, moitas e inços e são do tamanho de uma cabeça de alfinete. Os outros 5% estão nos animais para cumprirem parte do ciclo e depois voltarem ao solo. Neste período de cerca de três semanas as fêmeas sugam o sangue e ficam do tamanho de um feijão e vão para o solo onde colocam os ovos (3000). Importante nesta época de inverno é fazer uma boa limpeza nos campos e arredores para exporem os carrapatos ao frio e inimigos naturais. Isto ajudará a diminuir as próximas infestações.

Um grande problema é a resistência dos carrapatos aos carrapaticidas. A consulta ao veterinário é fundamental para um bom controle e não jogar dinheiro fora. Ele possivelmente vai orientar sobre a coleta de carrapato para o “Biocarrapaticidagrama” que dirá qual o melhor produto a ser utilizado na sua propriedade. O início dos tratamentos será na próxima primavera. É hora de saber o que vai ser utilizado, dosagem e como deve ser aplicado.

O uso indiscriminado de produtos, dosagem errada, mistura de produtos, falta de manutenção de equipamentos, misturas erradas, bombas sem preção adequado e outros situações fizeram com que os carrapatos criassem resistência a determinados produtos.

Há controles biológicos e estudos já com alguns resultados, mesmo que parciais são promissores. O uso de fungos como “Metarhizium e Bauveria”. Óleos essenciais de eucalipto e timbó com resultados relativos. Ganha força a linha com homeopatia, pesquisas com vacinas já estão bem adiantadas. Uso de flor de enxofre no sal. Os predadores naturais como sapos e a garça vaqueira são importantes. A galinha doméstica, formigas, aranhas a “tesourinha”, e diversas outras aves fazem sua parte e precisam ser preservadas. Os ratos e camundongos também ajudam, mas não vamos criar outra situação problemática.

Procurem o seu veterinário e ou a Inspetoria Veterinária para orientação. O Instituto de Pesquisa Veterinária Desidério Finamor – IPVDF da Secretaria da Agricultura do Estado tem conhecimento, pesquisa e quadro qualificado para te ajudar.

Os estudos mostram que 27% dos carrapatos do Estado já estão resistentes a mais da metade dos carrapaticidas do mercado. E lembro é um “agrotóxico” e precisa ser trabalhado com toda a proteção recomendada para o aplicador e meio ambiente.

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