Celebrando 70 anos de idade nos palcos, Baby e Pepeu realizam turnê inédita

O repertório passeia por clássicos do ex-casal, do grupo Novos Baianos e de suas inspirações musicais


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Foto: Sercio Freitas

A Concha Acústica de Salvador não é qualquer palco. Ela é quase uma entidade, a quem se convém pedir licença para pisar, cantar, e devotar a deusa música. Um ser vivo em forma de anfiteatro grego no meio da Roma Negra, que traz na bagagem, desde 1959, alguns shows mais icônicos da história da Bahia. Entre eles, claro, muitos dos lendários Novos Baianos.

Foi aí que Pepeu Gomes, talentoso soteropolitano, e Baby do Brasil, a enteada fluminense que foi adotada por Salvador aos 17 anos, decidiram dar o pontapé inicial da sua primeira turnê juntos em mais de 20 anos. Pouco antes de começar, uma chuva de inverno despencou, atrasando os visitantes e o show. Dava para sentir a ansiedade no ar úmido da noite de sábado, 23 de julho.

Com 30 minutos de atraso a banda se posiciona, anuncia a dupla, a Concha vibra, e passam mais uns dois ou três minutos enrolando até que Baby e Pepeusurgem, caminham até o centro do palco, espalmam as duas mãos e dizem alguma coisa um ao outro.

Agora, com 6 filhos criados e 34 anos depois do divórcio, começam a soar os primeiros acordes de “Masculino e Feminino” (1983), numa versão mais suingada, ao estilo da Bahia. Está valendo a tour 140 Graus, que representa a soma da idade dos dois músicos.

Baby, sendo Baby, apareceu multicolorida, com bota dourada, calça legging roxa, assim como as luvas e a boina imensa, recoberta por umas fitas tipo as do Senhor do Bonfim, só que brilhantes. Veste um corpete arrastão, saia de tule verde e cabelo azul e rosa que se estica até o meio das costas.

Pepeu, sendo Pepeu, foi todo de preto à moda roqueiro setentão, com os cabelos na altura dos ombros, bem pretos, e um crucifixo metálico no peito. Cada um no seu pedaço do palco não poderia ser mais diferente do outro e, no entanto, têm uma sinergia que só a música é capaz de explicar.

Concha Acústica de Salvador

O local foi escolhido por ser o lugar onde começaram tudo: a vida artística, os Novos Baianos, o primeiro trio elétrico, o primeiro bloco, primeiro show foi no [Teatro] Castro Alves aos 17 anos, com Gil e Caetano. A importância de ser na Bahia foi fundamental pra começar.

Fonte: Rolling Stone/Uol

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