Com a proposta de aparelhar polícias, Instituto Ipê-Amarelo é lançado em Lajeado

Empresários do Vale do Taquari são convocados a auxiliar na destinação de recursos financeiros. Iniciativa é inspirada no Instituto Floresta, da Capital.


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Intenção é equipar a Brigada Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Corpo de Bombeiros e outros órgãos que atuam na área da segurança pública (Fotos: Natalia Ribeiro)

Desde 2015, o ipê-amarelo é a árvore-símbolo de Lajeado. Escolhida à época pelo voto popular, a planta, quando na fase de florescimento, enche os olhos de quem circula pelo município. Agora, a árvore terá uma nova utilidade. O seu nome dará origem a uma entidade que tem como objetivo fortalecer a segurança pública de todo o Vale do Taquari. Talvez a beleza e a sensação de renascimento proporcionadas por ela tenham impulsionado o projeto, que dependerá de colaboração para sair do papel.


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Participantes receberam mudas de ipê-amarelo ao fim do encontro

Há cerca de seis meses que as polícias da região trabalham na elaboração da proposta, conforme o secretário da Segurança Pública de Lajeado, Paulo Locatelli. Na tarde desta quinta-feira (04), ela foi apresentada à comunidade. Prefeitos, secretários, vereadores, representantes do governo gaúcho e da Assembleia Legislativa do estado participaram do encontro, que ocorreu no salão de eventos da Prefeitura de Lajeado.

Agentes de segurança de diversos setores também se fizeram presentes na reunião. O secretário Locatelli entende que todos, inclusive o setor público, precisam estar unidos para que a iniciativa tenha o sucesso desejado. “Não podemos tratar a segurança pública somente em Lajeado. Precisamos pensar como Vale”. Um dos exemplos de integração citados por ele é o Centro regional de videomonitoramento, que está sendo edificado em Lajeado e receberá imagens de toda a região.

A proposta

Diretor das promotorias de Justiça de Lajeado, Carlos Augusto Fiorioli fez a apresentação do Instituto Cultural Ipê-Amarelo no encontro. O exemplo tomado por Lajeado é do Instituto Cultural Floresta, de Porto Alegre. A iniciativa foi criada em 2016, durante uma crise na segurança pública na Capital e na Região Metropolitana.

O coronel Everton Oltramari apresentou o case do instituto. Cinquenta e quatro empresários se uniram para investir em segurança, com investimento de R$ 14 milhões. O valor foi utilizado na compra de veículos, armas e equipamentos. A entrega ocorreu em março 2018 e resultados positivos já estariam ocorrendo. Ele coloca que a redução da taxa de homicídios no estado este ano foi de 31,7% e na Capital de 61,6%. Locatelli diz que “queremos aproveitar o que deu certo”.

Fiorioli explica que o objetivo, na região, também é de contar com doações de empresários. “Quando falamos em segurança pública estamos falando em prevenção. E a prevenção com policiamento e sentimento de segurança pública. Teremos condições de que pessoas venham a investir no Vale do Taquari, que pessoas venham a aplicar seus recursos, expandir suas empresas, e que venham, principalmente, a constituir família, criar os seus filhos e ter uma vida saudável aqui”.

Diretor das promotorias de Justiça da Comarca de Lajeado, Carlos Augusto Fiorioli, durante a apresentação

O instituto já está criado. Também já tem estatuto. A composição da diretoria está sendo formatada, porém, a presidência está definida: será de André Kieling, ex-secretário municipal de Planejamento de Lajeado. Os municípios não teriam custos para aderir ao programa, contudo, a participação é considerada fundamental.

No primeiro momento, o Instituto Cultural Ipê-Amarelo ficará sediado num espaço cedido pelo empresário no ramo de combustíveis Elvídio Elvino Eckert. Presente no encontro, ele fala das motivações para ajudar. “Esse apoio é em virtude de nós termos uma segurança maior. Temos filhos e a família toda aqui. Devemos preservar isso. Se não ajudarmos na segurança, vamos ser falhos e ficar inseguros.”.

Eckert é conhecido pela destinação de recursos para as polícias da região. Em novembro de 2018, pela atitude, ele foi agraciado com uma medalha. O próximo desafio do instituto é formar um grupo de empresários interessados em ajudar.

Benefícios

De acordo com o promotor Fiorioli, além de servir para incrementar a aparelhagem de segurança e melhorar o dia a dia da comunidade, a criação do instituto será útil na compra de equipamentos para os órgãos de polícia. Ele estima que a participação da entidade garanta descontos de até 40%. Os empresários poderão destinar até 5% do saldo devedor de ICMS para ser aplicado no Programa de Incentivo ao Aparelhamento da Segurança Pública do Rio Grande do Sul (Piseg/RS).

O evento contou com três apresentações. A primeira da Associação Lajeadense Pró-Segurança Pública (Alsepro), pelo presidente Fabrício Schneider, que falou da atuação da entidade; o case do Instituto Cultural Floresta, com Oltramari; e Fiorioli.

Projeção do Vale

Com a apresentação do programa, a região pode ter sido projetada como pioneira em ações de segurança no interior do estado. Copia exemplos da Capital e se mostra interessada em reverter, para baixo, números da criminalidade. O assunto fez com que o deputado estadual mais votado em 2018 no Rio Grande do Sul, tenente-coronel Zucco (PSL), estivesse em Lajeado nesta tarde. Ele explica os motivos da visita.

Tenente-coronel Zucco recebeu 166, 7 mil votos em 2018

“Uma iniciativa como a que está acontecendo em Lajeado é de suma importância. O Ipê-Amarelo vem como um exemplo a ser seguido por outras regiões, com a participação efetiva de empresários por meio de doações. Uma região que já está demonstrando os baixos índices de criminalidade. Acho que é muito importante”.

Na visita, ele, que preside a Frente Parlamentar para Constituição de Escolas Cívico-militares no Rio Grande do Sul, falou do interesse de Lajeado em receber uma unidade. A ideia da prefeitura seria implementar o modal em pelo menos três colégios da rede municipal.

“O governo do estado, por meio do próprio governador Eduardo Leite (PSDB), já sinalizou que vai pegar o nosso projeto, que vai entrar pelo Executivo e isso nos dá força. Espero que Lajeado seja uma das primeiras cidades contempladas na sociedade gaúcha com esse modelo de escola cívico-militar”. NR

1 comentário

  1. Falta gente! Falta pessoal! Não adianta dar viatura se não tem que a dirija. Não adianta dar colete e arma pra ficarem jogados num canto sem ter quem os use. O problema é maior, é vontade política de trazer policiais militares e, principalmente, civis para a região. A associação deveria bater na porta do secretário de segurança e do governador para pedir gente, pessoal. Do contrário, é dar óculos para cego e pente para careca.

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