Conheça os fatos curiosos, engraçados, místicos e assustadores da exposição “Lajeado em Telas”

Tem incêndio na Igreja da Matriz, andarilha que alertou a cidade sobre ataque dos soldados maragatos, concurso de "Miss Cascalho" e imposto sobre cachorro


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Para fazer os quadros, o pintor lajeadense Silvio Farias observou mais de mil fotos de época como inspiração (Foto: Divulgação)

A Casa de Cultura de Lajeado está com a exposição “Lajeado em Telas”, do artista plástico lajeadense Silvio Farias. A exposição de nove quadros faz parte das ações alusivas aos 130 anos de Lajeado, celebrado em 26 de janeiro deste ano. As telas retratam a história e acontecimentos marcantes do município. Em entrevista ao programa Troca de Ideias desta segunda-feira (24), Farias contou detalhes dos quadros, de seu processo criativo e como a arte mudou a sua vida.


ouça a entrevista

 


Farias comenta que quando se houve falar em história, logo vem à mente fatos políticos. Ele reconhece que são importantes, mas não tão interessantes para o grande público. Por isso, o artista buscou retratar fatos curiosos, engraçados, místicos e assustadores na exposição.

Lajeadense Silvio Farias trabalha como artista plástico desde 1999 (Foto: Tiago Silva)

O pintor conta que ele pensou em quadros em preto e branco. “Mas quando eu percebi que era tão interessante, e uma oportunidade única de as pessoas verem em cores, eu resolvi que, mesmo me dando mais trabalho, que eu faria colorido”, explica.

Entre os fatos retratados estão a história de uma andarilha que alertou a cidade de Lajeado, na época ximango, de um ataque dos soldados maragatos. Isso ocorreu em 1897. A andarilha estava do lado de Arroio do Meio do Rio Forqueta. Os maragatos confessaram a ela do ataque planejado em um evento que ocorreria no domingo, em frente à Praça da Matriz. O confronto militar ocorreu, mas teve menos baixas do que teria se os lajeadenses não tivessem a informação da andarilha. Farias deu um rosto à personagem, até então desconhecida.

Farias também retratou uma história de 1953. Quando a igreja da matriz pegou fogo, o ouro sumiu. Foram peneiradas as cinzas para tentar recuperar o ouro, sem sucesso. O artista lembra que, até hoje, não se sabe se o incêndio foi algo acidental ou proposital.

Além desses, o pintor expõe curiosidades como o imposto para quem tinha cachorro, no final do século 19, e o concurso de Miss Cascalho que era realizado em Lajeado.

Para desenhar as obras, Silvio Farias observou mais de mil fotos, quadros e pinturas das épocas. O artista diz que tentou se colocar no papel de expectador para determinar o que seria mais interessante retratar. Para pintar o incêndio na igreja, por exemplo, ele pegou como exemplo uma foto durante o dia. “Eu tive que, de certa forma, por fogo na igreja”, brinca.

Farias trabalha com a arte desde 1999. “É muito interessante e gratificante”, relata. “É maravilhoso poder trabalhar com arte. Vale todos os perrengues que a gente passa no início”, destaca. O lajeadense, que até então trabalhava como chapeador, diz que a arte transformou a sua vida. “Era bem limitado o meu mundinho, e a arte abriu, expandiu”, ressalta.

Saiba mais

A exposição “Lajeado em Telas” poderá ser conferida até o final de junho na Casa de Cultura de Lajeado, localizada na Rua Borges de Medeiros, 285, centro da cidade.

Para visitas em grupos de até oito pessoas é necessário fazer agendamento prévio pelo telefone (51) 3982-1081.

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