Covid e velhos hábitos de higiene

Confira o comentário do engenheiro agrônomo Nilo Cortez


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Foto: Divulgação

No século passado tivemos vários episódios de catástrofes entre tantas a gripe Espanhola, I e II guerras mundiais que trouxeram grandes estragos para a humanidade. Por outro lado, nada que justifique, foi um século de descobertas científicas importantes. Focando mais na área da saúde, foi descoberto medicamentos, equipamento hospitalares, novos métodos de cirurgia e tratamentos de doenças, vacinas, e como lidar com a saúde humana e sanidade animal etc.

Conseguimos também bagunçar o meio ambiente desequilibrando os habitats da flora e fauna favorecendo o aparecimento de pragas, doenças, vírus, bactérias a ocupar outros espaços. O crescimento das cidades, a concentração de criações e de cultivos ajudou bastante.

A história da vacina no Brasil chegou a ter revolta para que não fosse usada. Muitas profissões da época desapareceram. Só para lembrar tinha uma que era o “capungo” que juntava a urina e fezes que eram depositadas em penicos nas casas para levar para local fora das cidades. As condições sanitárias, pestes, doenças, parasitas foram sendo tratadas com muito sacrifício pelos médicos sanitaristas e com resistência da população.

Velhos hábitos de higiene, se assim pode ser chamado, poderiam ser trazidos para o momento atual. O sol tinha um papel importante nas condutas das famílias. Arejar a casa abrindo para a entrada dele e circulação do ar. A exposição de travesseiros, cobertas e roupas nas janelas e varais. O quarar as roupas no gramado. Passar a ferro. Colher frutas de época e secar para consumo posterior. Preparo de alimentos e estocagem para momentos mais complicados e assim vai. Vida bem mais complicada do que hoje.
Veio as novas tecnologias, tudo foi facilitado para a humanidade. Roupas que não amassam, máquina de lavar que até secam, farmácias, supermercados… evolui a forma de tratar a saúde, hospitais e postos de saúde se espalharam dando mais condições para todos nós. Mas, a cobrança de hábitos de higiene básicos parece que em parte se perderam pelo caminho.

Me lembro bem a minha mãe cobrando o lavar as mãos antes de comer e tinha que usar a escovinha para tirar os “bichinhos” das unhas. Calçado ficava do lado de fora de casa organizado ao lado do tapete. Cada um tinha sua escova de dente protegida num estojo para não se contaminar. Banho era vistoriado. Ao acordar tinha ritual completo do escovar os dentes ao pentear e tomar o café. E o preparo da merenda entrava nisto também. E hoje? Não há mais tempo todos trabalham será que isto convence? Houve um período mais já na adolescência que se usava o “pente” no bolso. Me lembro “Flamengo” por não quebrar. Meia “brega” uns usavam até escova. Hoje rapar a cabeça é modo. No passado tinha piolho. O que eu quero dizer com isto? Hoje tem alguns que acordam e saem direto de casa sem o básico de higiene, café não tomam e vão para seu dia a dia. Fome! Compra na cantina ou na bodega ou fica em jejum mesmo. Como pode se sentir bem, ter o básico alimentar para render no seu trabalho ou estudo?

Na década de 60 fui para o internato Ginásio Agrícola, não tínhamos os pais para cobrar. Mas, na escola a disciplina e os professores e funcionários davam as orientações desde o arrumar a cama e lidar com a roupa e calçado, organizar o armário e o material escolar. Aprendemos a colocar botão, fazer bainha, cerzir meia, o fazer a barba, cortar as unhas em fim ter hábito de higiene. Os mais velhos ajudavam os mais novos. Me lembro de uma coisa que desapareceu. Fazer o gargarejo para limpar a garganta e aspirava água para limpar o nariz na hora de lavar o rosto pela manhã.

Foto: Divulgação

As vacinas eram tomadas sem “mimimi” como dizem hoje. Não importava de onde vinha tinha que fazer e pronto. Era pela saúde da coletividade. Me lembro de ter tomado injeção, alguns riscos com uma agulha na coxa, depois uso de uma pistola. Já meus filhos nas campanhas do “Zé Gotinha”. O Brasil com seu tamanho e dificuldades criou um sistema vacinal de exemplo para o mundo. Será que agora depois de toda a história do passado não aprendemos a lição e vamos perder para o Covid?

Como filho de veterinário mais ligado a saúde lá em casa tinha a farmácia num local alto onde só adulto alcançava. Se bem me recordo tinha um estojo de inox para ferver o aparelho de injeção (esterilizar) e o temor agulha fina e grossa. Pomada preta (furúnculo), Balsamo Alemão, Colubiasol para garganta, iodo ardia muito, mercúrio cromo, gaze e esparadrapo para curativo. Pomada para massagem em pé e dedos destroncado. Pó pelotense para frieira e chulé. Água oxigenada, leite de magnésia e outros
Hoje novos medicamentos, disponibilidade de farmácias e aparelhos de injeção descartáveis vieram facilitar a vida de todos. Tudo está mais fácil e disponível. Só falta uma coisinha começar a reaprender a lavar as mãos, usar bem o banheiro, ter hábito de higiene no seu dia a dia. E ainda vamos por um bom tempo usar a máscara só o uso dela adequadamente e higienizada evita em 87% o risco de ser contaminado pelo Covid. Em tempo, tem máscara que já completou um ano de uso junto com a pandemia. Pior umas estocada no porta luvas. Não é?

Por Nilo Cortez.

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