Curta produzido no Vale sobre história e cultura haitiana concorre a prêmios no Festival de Cinema de Gramado

“O Haiti foi o primeiro país independente na América Latina e a primeira República no mundo a abolir a escravidão”, destaca o diretor


0

Um filme produzido por moradores de Encantado e Lajeado participa da 50ª edição do Festival de Cinema de Gramado, que inicia nesta sexta-feira (12) e prossegue até o outro sábado, dia 20 de agosto. O projeto “Drapo a” (“A Bandeira”, no idioma crioulo) tem a participação de 12 imigrantes haitianos, que chegaram ao Vale do Taquari há dez anos.

O curta-metragem dirigido por Henrique Lahude concorre ao “Prêmio Assembleia Legislativa – Mostra Gaúcha de Curtas” e estreia no próximo sábado (13). A cerimônia de premiação ocorre no domingo (14), com a entrega dos troféus aos vencedores.

Além da premiação de melhor filme no valor de R$ 10 mil, a obra compete em outras 11 categorias, como melhor direção e ator. “A gente está muito feliz de estar lá. O elenco também vai estar participando. A nossa principal celebração é poder estar lá no palco do festival. Isso para nós já é uma grande vitória. Se vier algum prêmio ou algum reconhecimento, sempre é válido, mas a gente está super feliz”, ressalta o diretor.

Com 19 minutos de duração, o curta mostra a conexão dos tempos presente e passado na história do Haiti, apresentando situações contemporâneas e também tradições ancestrais, através da música e da representação de personagens históricos. O idioma original do filme é o creole haitiano, com legendas em português. “O Haiti foi o primeiro país independente na América Latina e a primeira República no mundo a abolir a escravidão. Então, eles têm toda essa história que muita gente não fica sabendo. O filme vem um pouco para resgatar esses ideais, que foram super importantes no século 18”, destaca Lahude.

O curta-metragem é dirigido por Henrique Lahude (Foto: Tiago Silva)

Segundo o diretor, a produção mistura documentário histórico e ficção. Os atores representam a si mesmo como imigrantes e personagens históricos haitianos. “Tem essa interlação de tempos, e também é um curta muito musical. Cada um dos quatro personagens principais interpreta uma música. Então, também evidencia essas expressões artísticas, muito fortes no povo haitiano”, pontua.

Além do incentivo local, com locações como a Casa de Cultura de Encantado, o projeto contou com o financiamento da Lei Aldir Blanc, através de um edital lançado pela Secretaria de Estado da Cultura do Rio Grande do Sul.

Texto: Tiago Silva
web@independente.com.br


DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui