Após os períodos críticos por conta da pandemia, o Hospital Bruno Born (HBB) de Lajeado volta a receber uma grande demanda de pacientes, tanto casos considerados graves no Pronto Socorro e UTI, como aqueles estáveis que chegam pela Pronto Atendimento (PA), com os mais variados tipos de doenças. A reportagem da Rádio Independente foi até o hospital na manhã desta quarta-feira (25) para acompanhar as movimentações e presenciou a chegada de pacientes pelo setor de emergência a todo o momento.
Conforme o médico coordenador do Pronto Socorro do HBB, Guilherme Henrique Carmo, o aumento mais significativo iniciou em fevereiro, e segue até este mês de maio. Porém, os dados do último mês ainda não foram computados.
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No PA, em fevereiro foram atendidos 1.900 pacientes estáveis, e em abril 5.200, totalizando um acréscimo de 173%. Já nos casos mais graves, o número de atendimentos em fevereiro foi de 696 e em abril de 1.093, com aumento de 57%. Segundo Carmo, não tem como atribuir essa elevação tão expressiva de atendimentos a um único tipo de doença. “A gente vem recebendo pacientes dos mais variados tipos e perfis, desde pacientes não graves, estáveis, que buscam atendimento no Pronto Atendimento, até pacientes muito graves e muito estáveis”, relata.
Por dados e gráficos, Carmo explica que é possível notar uma elevação muito mais expressiva a partir do mês de março. “Hoje estamos atendendo no Pronto Socorro, praticamente 300 pessoas a mais por mês do que nós atendíamos em fevereiro desse mesmo ano. E no Pronto Atendimento, a demanda lá praticamente triplicou.”
O profissional reforça que não se tem certeza ainda do motivo desse aumento de demanda e como isso aconteceu. “Alguns atribuem isso a uma demanda reprimida que a covid acabou atrasando as buscas por serviços de saúde”, pondera.
Essas elevações não acontecem somente em Lajeado, conforme ressalta o médico. “Estrela, Teutônia, o Vale do Taquari sofre com esse aumento da demanda e procura por atendimentos, não só aqui, mas no Estado todo. Chamo atenção para a Porto Alegre que sofre com lotações de maneira mais expressiva nos últimos dois meses”, informa.
Para que todo mundo receba atendimento adequado, mesmo com aumento na procura, é feita uma redistribuição de fluxos internos no hospital. “Tentamos reduzir os tempos de permanência nas salas para que a gente atenda as pessoas de maneira mais rápida possível sem levar risco a nenhum paciente.”
Embora o cenário seja diferente em comparação a casos de covid-19, é possível dizer que a lotação da casa de saúde é muito semelhante aos picos de atendimentos gerados pela pandemia, segundo o médico. Todos os 20 leitos de UTI disponíveis no HBB estão ocupados, e a sala de emergência, que possui oito leitos com assistência para casos mais graves, também está lotada.
Porém, Carmo explicou que tudo é muito dinâmico, em poucas horas o cenário pode mudar, dependendo da evolução, agravamento ou transferência de cada paciente de um local para outro, conforme necessidade.
Texto: Gabriela Hautrive
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