Devido à disparidade de apoio recebido, medalhistas brasileiros precisam ser muito celebrados, analisa Minoru Otsuka

Para o professor de educação física, técnico e árbitro internacional de ginástica de trampolim, os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 estão apresentando resultados surpreendentes


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Minoru Otsuka, professor de educação física, técnico e árbitro internacional de ginástica de trampolim (Foto: Rodrigo Gallas)

Os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foram pauta da entrevista do Panorama desta terça-feira (27). Recebemos o professor de educação física, técnico e árbitro internacional de ginástica de trampolim, Minoru Otsuka.

Em análise geral sobre a atuação dos esportistas brasileiros, Otsuka diz que os atletas medalhistas precisam ser ‘muito celebrados’. “Quando a gente vê uma medalha olímpica brasileira, é motivo de muita comemoração, porque infelizmente, apesar de todo o apoio que os atletas recebem [..], é ínfimo em comparação aos outros países.”

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Outro fator de interferência no desempenho dos atletas, é a pandemia de coronavírus. “No Brasil, as pessoas se viraram com o que tinham”, comenta Otsuka. Exemplo disso é o gaúcho Fernando Scheffer, que conquistou a medalha de bronze e, na trajetória até o pódio dos 200 metros livre, precisou nadar em piscinas inadequadas, de apenas 15 metros, e até num açude no sítio de um amigo.

O período mais difícil aconteceu no início da pandemia, ainda em 2020. Foram dois meses totalmente longe da água. “Inserir um ano a mais no ciclo olímpico e, ainda, você ter esta parada nos treinamentos, realmente está sendo uma surpresa estes jogos”, observa Otsuka.

“Alguns resultados a gente tem a previsão e estão se confirmando, mas existem outros resultados que estão surpreendendo. Como eu acompanho a ginástica artística, ontem, a gente teve uma final histórica por equipes. [..] A gente tem uma Rússia que praticamente não parou, uma China que praticamente não parou e um Japão que também teve uma parada muito pequena, e o mais legal, todos os atletas acertaram as suas séries”, relata o árbitro internacional de ginástica de trampolim.

Atuais campeões mundiais, os russos conquistaram o ouro por equipes masculinas, os japoneses ficaram com a prata, e os chineses completaram o pódio. O Brasil por pouco não chegou à final, ficando na nona posição na classificatória do sábado.

Durante o bate-papo, Otsuka destacou a organização das Olimpíadas do Rio de Janeiro, em 2016, que não estão perdendo em nada para Tóquio 2020. O esportista ainda falou da necessidade de investir em esportes no Brasil, e revelou que deve abrir uma academia de ginástica em Lajeado.

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Texto: Rodrigo Gallas
web@independente.com.br

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