Dicionário da Língua Westfaliana será lançado dia 4 de setembro

Com aproximadamente 6,2 mil palavras, o livro transforma em língua o dialeto “Sapato-de-pau”.


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Grupo Amigos do Sapato de Pau, responsável pelo material, produziu-o a partir de seis anos de pesquisa (Foto: Tiago Silva)

O Dicionário da Língua Westfaliana será lançado no próximo dia 4 de setembro, durante a programação da 11ª Feira do Conhecimento de Westfália. Com aproximadamente 6,2 mil palavras, o livro transforma em língua o dialeto “Sapato-de-pau”, falado por descendentes de imigrantes alemães que chegaram à região do Vale do Taquari a partir de 1869. Eles vieram de uma região próxima à Holanda, com altitude próxima ao nível do mar e com áreas úmidas. Por isso, estavam acostumados a utilizar um sapato feito integralmente de madeira, que os protegia do frio e da umidade. Daí o nome do dialeto: “Sapato-de-pau”.


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Além das palavras, o dicionário recorda a imigração alemã à região e conta a história da região da Westfália. O Grupo Amigos do Sapato de Pau, responsável pelo material, produziu-o a partir de seis anos de pesquisa. “Nós procuramos criar uma escrita que respeita o alemão e introduz algumas formas que não existem no alemão”, explica o professor Lucildo Ahlert, um dos responsáveis pelo trabalho, que cita como exemplo o celular, que no dialeto westfaliano será chamado de “Schlaunfone” (telefone inteligente) em uma mistura do inglês com o alemão.

Algumas palavras tiveram que ser adaptadas, outras criadas como novas, diz o professor. “A primeira coisa foi criar uma escrita, uma forma de escrever esse dialeto. E o segundo passo foi buscar as palavras usadas no passado. Nós fizemos uma pesquisa na Alemanha. Conseguimos recordar também muita coisa do tempo de infância, o que nossos avós falavam”, ressalta Ahlert.

A Alemanha, como pais, surgiu a partir de 1871, com a unificação de unificação de territórios do antigo Sacro Império Romano-Germânico. Entre as diversas regiões até então fragmentadas estava a Westfália. Conforme a pesquisa de Ahlert, o idioma alemão, mais rebuscado, teve grande influência de Goethe em sua formação. Já o wesfaliano se aproxima do inglês. Por isso, o idioma tem uma mescla e similitudes de palavras entre o alemão e o inglês. “O wesfaliano era uma língua como o inglês hoje. Era uma língua do negócio, uma língua popular”, recorda o professor.

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