Doação de órgãos: nove em cada dez processos no Brasil são realizados com o doador já falecido

Entenda como são realizados esses procedimentos e os órgãos que podem ser doados


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Coordenador OPOs 6, médico Nelson Barboza Franco Neto (Foto: Tiago Silva)

A doação de órgãos foi pauta da entrevista do Redação no Ar desta quarta-feira (29) com o médico Nelson Barboza Franco Neto. Ele é coordenador Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) 6, sediada no Hospital Bruno Born em Lajeado. A unidade conta com dois profissionais médicos e três enfermeiras.

No programa, Franco Neto explicou que a logística para os procedimentos é coordenada pelos estados em função da necessidade de proximidade entre doador e receptor. “O processo tem que ser rápido”, afirma. “Quanto maior o tempo que leva para ser efetivado o transplante, mais o órgão se danifica”, detalha.

Conforme o coordenador, a doação de órgãos ainda é tratado como um tabu no país, por isso ele defende a realização de campanhas de informação e conscientização a respeito do tema. “Falar sobre doação de órgãos é falar sobre o que você quer que aconteça após a sua morte, e isso ainda é um assunto tabu”, reconhece. Franco Neto pede que se supere esse temor e que as pessoas conversem com as famílias.

Para ser doador de órgãos no país, é preciso informar à família deste desejo, pois não há necessidade de deixar registrado em nenhum documento. Após a autorização, é realizada uma bateria de exames para avaliar as condições de saúde e a compatibilidade com a pessoa que irá receber.

Atualmente, o Brasil tem cerca de 50 mil pessoas na fila de espera pela doação de órgãos. O transplante é um procedimento cirúrgico em que um órgão ou tecido doente é substituído por um saudável.

Existem vários órgãos e tecidos que podem ser doados, porém cada um tem os seus critérios e níveis de dificuldade. Entre eles, coração, rins, fígado, medula, córneas, pâncreas, pulmão, válvulas cardíacas, ossos e pele.

Alguns órgãos, como rim ou um pedaço do fígado, por exemplo, podem ser doados em vida, no entanto a maioria dos órgãos que podem ser transplantados só podem ser retirados de pessoas que tiveram confirmação de morte cerebral. Conforme o médico Franco Neto, nove em cada dez processos são realizados com o doador já falecido.

A maioria das doações acontecem em casos de morte cerebral, após parada cardíaca, pessoas que falecem em casa e em casos de anencefalia.

O coordenador da OPOs 6 explica que há hospitais transplantadores autorizados para determinados procedimentos. Em Lajeado, o Hospital Bruno Born é autorizado para realizar transplantes de rins e córneas. No ano passado foram realizados 15 cirurgias.


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