Dois presos injustamente por 31 anos nos EUA recebem compensação recorde de R$ 443 milhões

Meio-irmãos negros, portadores de deficiência intelectual, foram presos em 1983 pelo estupro e o homicídio de Sabrina Buie, de 11 anos. Inocência foi reconhecida em 2004 após exames de DNA realizados em uma guimba de cigarro encontrada perto da vítima; amostra correspondia a homem que cometeu outro crime semelhante


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Leon Brown em foto de 26 de agosto de 2014, quando ainda estava no Maury Correctional Institution em Maury, na Carolina do Norte (Foto: Chuck Liddy/The News & Observer via AP)

Dois meio-irmãos negros portadores de deficiência intelectual receberão US$ 84 milhões (quase R$ 443 milhões) por decisão judicial como compensação por sua prisão arbitrária e encarceramento durante 31 anos por um crime do qual eram inocentes, informou o advogado dos dois à AFP.

“É o veredicto mais severo proferido por um caso de erro judicial na história dos Estados Unidos”, disse Me Des Hogan, que os representou.

Um júri resolveu na sexta-feira à noite o pagamento de US$ 75 milhões em perdas e danos a Henry Lee McCollum e seu meio irmão, Leon Brown, que tinham apresentado uma denúncia civil à justiça federal por violações de seus direitos civis. Um acordo paralelo adicionou US$ 9 milhões à cifra.

Para Hogan, “o júri quis enviar uma mensagem para dizer que os velhos tempos acabaram”, quando as autoridades prestavam pouca atenção aos direitos das pessoas marginalizadas, pobres e de cor que vivem nas zonas rurais.

Os meio irmãos tinham 19 e 15 anos quando foram detidos em 1983, após uma denúncia anônima – de uma adolescente que depois se retratou – pelo estupro e o homicídio de Sabrina Buie, de 11 anos, na pequena cidade de Red Springs, no estado da Carolina do Norte.

O corpo da menina tinha sido encontrado seminu em um campo, em meio a latas de cerveja e guimbas de cigarros.

Por fim, sua inocência foi reconhecida em 2004 após exames de DNA realizados em uma das guimbas encontradas perto da vítima. A amostra correspondia a um homem que morava a 100 metros do local do crime e que um mês depois estuprou e matou uma jovem de 18 anos, pelo qual foi condenado.

Fonte: G1

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