Enchente do ano passado e frente fria deste ano são “amostras grátis” das mudanças climáticas, afirma professor

"Quando há uma mudança climática, a coisa é muito mais extrema. Essa é a grande preocupação", afirma André Jasper


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Enchente de julho de 2020 foi a maior em 64 anos no Rio Taquari (Foto: Matheus Hinterholz - M/R. Produções / Divulgação)

Um novo relatório das Nações Unidas, chamado “Mudança Climática 2021: a Base das Ciências Físicas”, prevê que a temperatura global da superfície terrestre continuará aumentando até pelo menos meados deste século. A estimativa aponta que, até o fim do Século 21, poderá ocorrer um aquecimento global acima de 1,5 °C e 2 °C, a menos que haja reduções profundas nas emissões de CO2 e outros gases de efeito estufa nas próximas décadas.

O estudo realça a influência humana no aquecimento do planeta num ritmo sem precedentes. As mudanças mais destacadas serão em oceanos, geleiras e no nível global no mar. Em relação ao ciclo da água, preveem-se chuvas mais intensas e inundações associadas. As secas serão mais intensas em muitas regiões e a precipitação deverá aumentar em zonas altas, diminuindo em grande parte das regiões subtropicais.

“Esses eventos que a gente está vendo agora — a enchente do ano passado, a frente fria desse ano —, são pequenas amostras do que realmente pode acontecer, do que vai acontecer quando a mudança climática atingir o planeta”, explica o professor do Programa de Pós-graduação em Ambiente e Desenvolvimento da Univates, André Jasper.

“Significa dizer que o que estamos vendo agora são amostras grátis bem fraquinhas do que a gente vai experimentar”, compara. “Pelo que a vê ao longo do tempo, quando há uma mudança climática, a coisa é muito mais extrema. Essa é a grande preocupação”, afirma.

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