Fevereiro sinaliza impacto forte no preço dos combustíveis, afirma presidente do Sulpetro

João Carlos Dal'Aqua fala sobre ICMS dos combustíveis, cadeia de produção, necessidade de reformas e geopolítica do petróleo


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Foto: Freepik / Reprodução

O presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do RS (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, abordou a composição do preço dos combustíveis e projeções para o setor em 2022 em entrevista ao programa Troca de Ideias desta quarta-feira (12). O dirigente comemorou o retorno da alíquota do ICMS sobre combustíveis ao patamar de 25% no RS neste ano, já que estava majorada em 30% desde 2015. Para ele, trouxe alívio aos gaúchos, em função de a carga tributária ser muito pesada sobre bens de consumo, o que penaliza principalmente as classes menos favorecidas.


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Por outro lado, a defasagem do preço do barril e do câmbio já sinalizava alta pela Petrobras, o que se confirmou nesta quarta-feira (12). Dal’Aqua entende que o avanço das contaminações por covid-19 em função da ômicron afeta a produção no mercado internacional. Dessa forma, o presidente do Sulpetro diz que fevereiro sinaliza impacto muito forte no preço dos combustíveis. Ele observa que os mercados “não estão normais” em função da pandemia: as cadeias produtivas estão afetadas e há falta de containers.

“O mundo inteiro está passando por uma pandemia, e as cicatrizes estão aí, e não é só nos combustíveis”, diz ele, ao se referir à inflação e a falta de insumos em diversos setores.

A macroeconomia brasileira, em ano de eleição, e a geopolítica internacional também afetam a composição do preço na bomba. Dal’Aqua pondera que uma coisa é ter produto elevado em função de múltiplos fatores, que não dependem somente de um elo da corrente, e outra, ainda pior, e a falta de produto. De acordo com ele, economias modernas trabalham no sistema de paridade de preços. Segurá-lo com artificialismos fará com que a conta seja repassara ao consumidor em algum momento.

A falta de paridade desestimula importações, e as refinarias refinarias não vão poder atender o mercado interno, analista. Conforme ele, o posto de combustíveis é o maior interessado em preço baixo, porque estimula o consumo.  “Não tem um único culpado”, afirma.

Por isso Dal’Aqua pede prudência, em uma postura otimista e realista. No seu entendimento, para melhorar o ambiente interno, o Brasil precisa fazer fazer reformas administrativas e tributárias. Em outra frente, diz que representantes do setor pleiteiam um fundo de amortização do preço dos combustíveis para reduzir o impacto no bolso do consumidor, mas para isso a Petrobras precisa de caixa.

Texto: Tiago Silva
web@independente.com.br

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