Furtos e roubos de veículos reduziram 45% em Lajeado durante 2020, diz delegado da Draco

Após prisão de quadrilha, município ficou 28 dias sem registros deste tipo de crime.


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Foto: Reprodução / Arquivo / Natália Ribeiro

A implantação da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) tem contribuído significativamente para a redução dos índices de criminalidade em Lajeado. É o que apontam os números apresentados nos primeiros meses de 2020. Desde a inauguração, há sete meses, a Draco já realizou 39 prisões, sendo 13 por ordens judiciais, 11 em flagrante e 15 em apoio para outras Delegacias.

Segundo o delegado titular do órgão, Dinarte Marshall Júnior, o furto e o roubo de veículos era um dos principais problemas do município de Lajeado, em relação a criminalidade. Nos primeiros sete meses de 2019 foram 125 casos na cidade, número 45% maior aos 68 casos registrados no ano de 2020. “Uma das primeiras ações que nós tomamos com a instalação da Draco, foi atuar diretamente no combate a este tipo de crime. Depois que prendemos uma quadrilha, no início do mês de março, ficamos 28 dias sem furtos e roubos de veículos aqui em Lajeado”, lembra.

A redução é ainda maior se analisados apenas os casos de roubos de veículo, que apresentaram uma redução de 60% na comparação do mesmo período de 2019 e 2020. No ano passado foram 22 casos registrados entre janeiro e julho. Já em 2020, nove veículos foram roubados no município. “Precisamos considerar ainda que em janeiro e fevereiro existe uma migração dos crimes para o litoral e, consequentemente, do efetivo também”, explica o delegado.

Foto: Tiago Silva / Arquivo

Dinarte falou também sobre as atribuições da Draco, inaugurada em 11 de dezembro de 2019. Segundo ele, a Delegacia é responsável pelas investigações dos crimes de furtos, roubos e receptação de veículos, tráfico de drogas, crimes com a participação de organizações criminosas (com exceção dos homicídios, quando a investigação fica sob responsabilidades de cada distrito), roubo de carga, furto/roubo a estabelecimento bancário e financeiro e abigeatos. “É uma série de crimes que demandam investigações mais aprofundadas e com maior tempo. Então se criaram essas Delegacias, para que a gente possa se ater mais a essas investigações e buscar melhores resultados”, pontua.

Em 2020, ao menos três grandes quadrilhas com atuação estadual foram presas a partir de investigações da Draco de Lajeado. A última delas aconteceu no início da última semana, quando os agentes desarticularam um grupo especializado no furto de caminhões munck. Conforme Dinarte, o esquema criminoso estava sediado no Vale dos Sinos, mas fazia vítimas em todo o RS. O trabalho de investigação começou em maio, a partir de um furto ocorrido numa empresa em Lajeado, que teve o caminhão levado de seu estacionamento. “O modus operandi sempre era muito similar. Após o furto, os criminosos entravam em contato com a vítima e solicitam um resgate do veículo, com valores aproximados de R$ 50 mil”, conta.

Dinarte lembrou também que nunca deve ser realizado o pagamento de pedidos de resgate, pois, segundo ele, essa é uma forma do criminoso ter um lucro ainda maior. “A gente sabe que o veículo não é devolvido e ainda existe a possibilidade de um novo crime. A pessoa leva o dinheiro até o ponto combinado e acaba sendo assaltada, ou até mesmo vítima de um sequestro relâmpago”, alerta.

O grupo retirava o munck do caminhão e vendia o equipamento de forma separada, por representar, em muitos caso, um valor maior que o próprio caminhão. Depois disso, o veículo era desidentificado, picado e vendido como sucata. De acordo com o delegado, haviam peças e indícios de desmanche de cerca de 20 caminhões, causando um prejuízo total de aproximadamente R$ 1 milhão, sendo R$ 300 mil na região do Vale do Taquari.

Dinarte falou ainda sobre a atuação de uma quadrilha presa em junho. O grupo, composto em sua maioria por mulheres, era especializado no furto de celulares em estabelecimentos comerciais. “Eram criminosos que tinham uma organização sincronizada. Enquanto algumas mulheres distraíam os vendedores solicitando informações sobre produtos dos fundos da loja, outras ficavam na parte da frente e umas terceiras subtraíam os aparelhos, neutralizando os dispositivos de segurança”, esclarece. Conforme as investigações, o bando teria realizado 22 furtos em todo o Estado, gerando um prejuízo de aproximadamente R$ 130 mil.

“A pujança econômica do município e da região tem atraído a atuação de golpistas. Lajeado é um polo econômico muito rico. Nós temos uma riqueza econômica muito grande aqui, dinheiro circulando, negociações e isso atrai os criminosos”, conclui Dinarte.

Texto: Artur Dullius
am950@independente.com.br

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