HBB anuncia expansão da UTI Covid e chega ao limite de 18 leitos

Serão remanejados cinco leitos da UTI Adulto para atender pacientes suspeitos ou confirmados para o novo coronavírus.


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Leitos de UTI Covid passarão de 13 para 18 na casa de saúde (Foto: Ilustrativa/HBB)

Diante do aumento de casos de Covid-19 no Vale do Taquari, o Hospital Bruno Born (HBB), de Lajeado, anunciou remanejamentos internos para o aumento de leitos, em especial de UTI para os pacientes que já tenham contraído ou são suspeitos da doença. A ampliação, contudo, faz com que a casa de saúde atinja o seu limite. As novidades foram repassadas em coletiva de imprensa online, na tarde desta quarta-feira (29).

Até esta quarta-feira são 13 leitos de UTI Covid no HBB, sendo que todos estavam ocupados por volta das 19h. O projeto é ampliar para 18 leitos. Para isso, serão deslocados cinco leitos da UTI Adulto, via Sistema Único de Saúde (SUS), para o atendimento ao novo coronavírus. A estrutura física deve ficar pronta até o próximo sábado (2) e a disponibilização dos leitos até a quinta-feira da próxima semana, dia 7.

Primeiro a falar na coletiva, o presidente do HBB, João Batista Gravina, lembrou dos esforços, mas também das limitações financeiras e de espaço do hospital. “Nós não somos os gestores da saúde. Somos prestadores de serviço. Estamos limitados por certas questões. O vice-presidente do hospital, Marcos Frank, falou do trabalho feito pela direção. “Fizemos um último esforço, mexemos na estrutura hospitalar. Temos de cuidar porque são isolamentos que precisam ser feitos. Não podemos infectar todo o hospital e perder equipes. É um esforço final que o HBB pode fazer”.

Em 45 dias, segundo Frank, a casa de saúde aumentou a estrutura de 20 leitos de UTI para 38. “É o que podemos fazer”, ressaltou. Depois, há o Hospital Estrela com leitos de UTI. Além da criação de novos leitos, a unidade de Lajeado será dividida em duas.

A UTI Covid I terá oito leitos e ficará no espaço que antes era do pronto atendimento. Na UTI Covid II haverá sete leitos pelo SUS e mais três de convênio, totalizando 11 vagas. Vale salientar que cinco destes leitos da segunda sala são os deslocados da UTI Adulta, antes utilizados para o atendimento de pacientes com outras doenças. Esta estará localizada no espaço que antes era da Fundef, ao lado do H8.

Tela da coletiva de imprensa virtual na tarde desta quarta-feira, 29 (Foto: Reprodução)

Nenhum dos leitos está habilitado pelo Ministério da Saúde, o que quer dizer que o HBB faz o custeio com recursos próprios e auxílios financeiros da prefeitura, entidades e empresários. Um leito de UTI Covid custa, mensalmente, R$ 50 mil. Independentemente da liberação de valores os leitos irão funcionar, conforme o diretor executivo do HBB, Cristiano Dickel. “Temos uma finalidade, que é atender e salvar pessoas”, falou. Recursos serão das fontes que já mantém os anteriores.

Dickel aposta que a publicação da habilitação dos leitos pela União possa ocorrer em breve. “Temos esperança que sejam habilitados nos próximos dias. Estamos apostando”. Segundo o diretor executivo, o repasse total, considerando 100% dos 18 leitos de UTI Covid ocupados, deve resultar no pagamento de R$ 1,4 milhão mensal. Quando autorizada a utilização, o pagamento do governo federal será retroativo.

O Hospital Estrela tem dez leitos, no entanto, apenas três são utilizados neste momento – e estão ocupados. Ocorre que o governo federal ainda não habilitou os outros sete. Desta forma, quando todos os leitos de UTI Covid estiverem cheios na região, depois da ampliação do HBB, os pacientes que necessitarem de leitos deverão ser levados para hospitais próximos, como de Santa Cruz do Sul e Venâncio Aires, por exemplo. O passo seguinte é o ingresso na lista de regulação do estado, com distribuição em casas de saúde espalhadas pelo Rio Grande do Sul.

Outros setores

Além da chegada de casos de Covid, o HBB ainda sente a elevação na procura dos pacientes com sintomas respiratórios. Dickel comenta que “na emergência respiratória temos atendido de 30 a 35 pessoas por dia. O espaço com a UTI junto não era suficiente para atender a demanda que iria entrar”. Por isso, a Observação Covid também foi incrementada. Receberá dez leitos com cama e cinco poltronas.

“Se a sala estiver cheia os pacientes serão atendidos, triados e encaminhados”, fala o diretor executivo. O encaminhamento poderá ser feito para o Centro Clínico Univates, que prepara 40 leitos para tal finalidade, ou hospitais habilitados para atendimentos clínicos no Vale do Taquari.

A emergência respiratória fica no antigo pronto atendimento. Terá um consultório, sala de triagem, dois leitos sala vermelha, dez camas e cinco poltronas, sem capacidade de expansão, assim como os demais setores da casa de saúde. Já a unidade de Internação Covid está na unidade de internação H7, com 35 leitos.

Diretor técnico do HBB, Fernando Bertoglio lembrou que, por enquanto, não há cura para a doença. “Não existe nada cientificamente comprovado, que realmente tenha resultado favorável. As drogas tiveram experiências, com opiniões a favor e contra”. Na noite desta quarta-feira a região tinha 147 pacientes infectados com a doença, sendo que 84 deles são apenas de Lajeado. O Vale tem quatro mortes pela doença.

Texto: Natalia Ribeiro / jornalismo@independente.com.br

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