Indicada ao Oscar, Laura Pausini diz: “Me sinto quase culpada por ter tido essa sorte”

A italiana, que foi indicada ao Oscar de melhor música por 'Io Sì' (Seen), se emociona ao dizer que "a realidade que estamos vivendo no mundo é oposta a essa sorte"


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Foto: Divulgação

No sofá de casa, de mãos dadas com o marido, Paolo Carta, e com a filha, Paola, de 8 anos, Laura Pausini recebeu, na segunda-feira (15), sua primeira indicação ao Oscar, pela música Io Sì (Seen), do filme Rosa e Momo, da Netflix. A italiana, de 46 anos — que já havia vencido o Globo de Ouro com esta música — quase não acreditou na nomeação e chegou a se sentir culpada por tanta sorte, enquanto o mundo vive uma pandemia.

“Me sinto um pouco confusa, porque a realidade que estamos vivendo no mundo é tão oposta a essa sorte, que quase me desequilibra. Tem momentos do dia, por exemplo, que me sinto acreditando no prêmio. E em outros, me sinto quase culpada por ter tido essa sorte, essa alegria”, explica ela, com lágrimas nos olhos.

Laura disputa a Melhor Canção Original com Husavik (Eurovision Song Contest: The Story of Fire Saga), Hear My Voice (Os Sete de Chicago), Speak Now (Uma Noite em Miami) e Fight For You (Judas e o Messias Negro). Rosa e o Momo (The Life Ahead) tem como estrela Sophia Loren, que é dirigida por seu filho, Edoardo Ponti. O filme é inspirado no romance de Romain Gary.

Durante um bate-papo virtual de quase duas horas, a cantora, que vive em Roma, na Itália, falou sobre o processo de escrita da canção, explicou a sensação de estar no meio de premiações importantes com uma música italiana e contou como tem vivido o último ano, trancafiada em casa, durante a pandemia do coronavírus. “Eu quero cantar, sinto falta do palco”, confessou.

Da Itália para o mundo 

“Sou italiana e a canção (Io Sì) é em italiano, é muito raro (uma canção estrangeira ser indicada aos prêmios de Cinema), significa que há possibilidade para todos os outros idiomas de estarem lá. É romper barreiras, dar as mãos é estarmos livres para escutar uma emoção que é importante e que não tem idioma. Esta canção, a nível técnico e vocal, é uma das mais fáceis, mas é uma das que tem mais sentido, que tem uma mensagem importante. Sentir-se invisivel é algo que muitas pessoas vivem.”

Pandemia e saudade do aeroporto

“Tem sido muito difícil para mim, como para todos. Mas estou acostumada a viajar muito, então é complicado até a nível fisico. Não estou acostumada a passar mais de uma semana na mesma casa. Meu equilibrio emocional é instável. Passo do chorando até loucura total. Mas estou numa categoria de pessoas privilegiadas, por exemplo, porque tenho um jardim na minha casa. E durante a pandemia nós descobrimos quão afortunados são as pessoas que tem um jardim, pra respirar, pra ficar com a família. Eu sinto muita falta dos meus pais, porque eles vivem em outra região, mais ao norte da Itália. A música e o cinema me fizeram companhia. Mas preciso voltar a viajar. Fico com saudade até do aeroporto. Antes eu não amava a parte das malas, do detector de metais…Agora eu queria passar pelo detector de metais todos o dias (risos). Eu quero cantar, sinto falta do palco!”

Fonte: Revista Quem

 

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