JBS diz que maioria dos frigoríficos nos EUA, Canadá e Austrália voltou a funcionar após ataque hacker

Maior processadora de carnes do mundo sofreu um ataque cibernético na segunda-feira (31) que paralisou operações nesses países. Brasil não foi atingido e FBI investiga caso


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Ataque cibernético não atingiu a JBS no Brasil (Foto: JBS/Divulgação)

A JBS, maior processadora de carnes do mundo, disse que a maioria dos frigoríficos dos Estados Unidos, Canadá e Austrália voltou a funcionar nesta quarta-feira (2), após um ataque cibernético que paralisou as fábricas desses países na segunda (31).

“A grande maioria de nossas unidades de carne bovina, suína, de aves e alimentos preparados na América do Norte já está operacional hoje”, informou a assessoria de imprensa da JBS no Brasil na manhã desta quarta, acrescentando que o mesmo ocorre na Austrália.

A empresa não detalhou, porém, o número de companhias que voltaram a funcionar e nem o total das que foram paralisadas.

O ataque hacker não impactou as operações no Brasil e em nenhum país da América do Sul. Fábricas do México e do Reino Unido também não foram afetadas.

A JBS disse ainda que não tem conhecimento de nenhuma evidência, neste momento, de que dados de clientes, fornecedores ou funcionários tenham sido comprometidos.

As cinco maiores fábricas de carne bovina da JBS estão nos EUA, e as paralisações interromperam um quinto da produção de carne no país, de acordo com a agência de notícias Bloomberg.

A reabertura das fábricas deve evitar uma grave interrupção da cadeia de abastecimento, em um momento que os consumidores dos EUA já enfrentam os preços elevados da carne e dos alimentos em geral.

Ataque e investigação

A empresa acredita que o ataque foi do tipo ransomware, em que um vírus sequestra o computador da vítima e criminosos cobram um valor em dinheiro pelo resgate, segundo reportagem da BBC.

A Casa Branca disse ter recebido informações da JBS de que o ataque teve, provavelmente, origem na Rússia e que estava em contato com o país sobre o assunto. O FBI (polícia federal dos EUA) está investigando o caso.

A Rússia, por sua vez, afirmou que “está disposta a analisar qualquer pedido” dos EUA “para ajudar na investigação do ataque”, informou a agência de notícias France Presse. “Há contatos por meio dos canais diplomáticos”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

“Se houver algum pedido dos americanos, será considerado rapidamente”, acrescentou.

Paralisação da produção

Todos os sistemas de TI foram suspensos na segunda-feira assim que o ataque foi detectado. A JBS afirma que seus servidores de backup não foram hackeados.

Esses sistemas são essenciais em fábricas de processamento de carne, pois os computadores são usados em vários estágios da produção, incluindo faturamento e envio.

Na noite de terça, a JBS informou que os sistemas já estavam voltando a funcionar e que os frigoríficos dos países afetados estavam retomando a produção.

O presidente da JBS USA, André Nogueira, afirmou que a empresa e a Pilgrim´s “são uma parte crítica da cadeia de abastecimento”. “Reconhecemos nossa responsabilidade com nossos colaboradores, fornecedores e consumidores de retomar as operações o mais rapidamente possível”, afirmou ele em nota.

Ataque semelhante à Colonial Pipeline

No mês passado, o fornecimento de combustível no sudeste dos EUA ficou paralisado por vários dias após um ataque de ransomware ter como alvo a empresa de oleodutos Colonial Pipeline. Os investigadores dizem que o ataque também estava relacionado a um grupo com laços com a Rússia.

A Colonial Pipeline confirmou que pagou um resgate de US$ 4,4 milhões (R$ 22 milhões) à gangue cibercriminosa responsável.

O governo dos EUA recomenda que as empresas não paguem aos criminosos por ataques de ransomware.

Fonte: G1

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