JBS Passo Fundo é interditada pelo Ministério Público do Trabalho no RS

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, a empresa possui 20 empregados confirmados, entre outros casos.


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JBS (Foto: Paulo Whitaker/Reuters)

Conforme Frigorífico não evita contato interpessoal dos trabalhadores, nem adota medidas preventivas adequadas e procedimentos de vigilância ativa; já são 20 casos de Covid-19 e duas mortes de parentes dos empregados; MPT ajuizou, no sábado, ação civil pública com pedido de tutela de urgência em caráter antecipado

O frigorífico JBS, de Passo Fundo, foi interditado nesta sexta-feira (24) por expor seus trabalhadores ao risco de contágio da Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. O termo de interdição foi entregue à empresa pelos auditores-fiscais do trabalho Edson Souza e Louise Tezza.

Durante a fiscalização, iniciada na quarta-feira (22), foram constatados, até a noite de quinta (23), 19 casos de trabalhadores confirmados com contaminação de Covid-19 e 2 mortes de parentes dos empregados.

Segundo dados da Secretaria Estadual de Saúde, atualizados nesta sexta-feira (24), a empresa possui 20 empregados confirmados, 3 contatos próximos confirmados, 15 empregados suspeitos e 4 contatos próximos suspeitos.

O município tem 6 mortes devido à pandemia. Além disso, apenas entre os dias 11 e 22 de abril, segundo informações da empresa, houve afastamento de 117 trabalhadores com suspeita de coronavírus.

Conforme os prontuários analisados, foi constatado, por exemplo, caso de trabalhador com diversos sintomas característicos de Covid-19 sendo diagnosticado apenas por exame clínico como caso de quadro de resfriado comum, sendo enviado imediatamente de volta ao trabalho com medicamentos apenas para atenuar os sintomas.

Em outro exemplo, trabalhadora afastada por 14 dias por suspeita de Covid-19 e seu cônjuge, que inclusive apresentava sintoma compatível com Covid-19 (dor de garganta), não foi afastado e seguiu trabalhando normalmente, inclusive se utilizando do ônibus da empresa para deslocamento.

Além disso, no último sábado (18), o MPT ajuizou ação civil pública (ACP) com pedido de tutela de urgência em caráter antecipado. Ainda aguardam decisão do juízo. Antes, foi instaurado inquérito civil (IC), devido a denúncias, comprovadas com fotos e vídeos, de que a JBS não evitava contato interpessoal, nem adotava medidas preventivas adequadas.

A observância das regras indicadas pelas autoridades sanitárias permitiriam continuidade da atividade industrial. O MPT recebeu denúncia contra a JBS.

A ação civil pública (ACP) é assinada pelos procuradores Sandro Eduardo Sardá (lotado em Florianópolis-SC), Lincoln Roberto Nóbrega Cordeiro (Guarapuava-PR) e Priscila Dibi Schvarcz, respectivamente gerente nacional, vice-gerente e gerente nacional adjunta do Projeto de Adequação das Condições de Trabalho nos Frigoríficos, do MPT, mais Flávia Bornéo Funck, titular do inquérito (as duas em Passo Fundo).

Fonte: Ministério Público do Trabalho

 

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