John McAfee, criador do antivírus McAfee, é encontrado morto em prisão de Barcelona

Empresário estava preso preventivamente na Espanha, por acusações de fraudes fiscais, e seria extraditado para os EUA. Ele tinha 75 anos e foi um dos pioneiros no mercado de antivírus para computadores pessoais


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John McAfee, criador do antívirus McAfee, foi encontrado morto em prisão de Barcelona, segundo o Departamento de Justiça. Na imagem, ele participa de um congresso sobre blockchain em novembro de 2018, (Foto: Darrin Zammit Lupi/Reuters)

John McAfee, criador do antivírus com seu sobrenome, foi encontrado morto nesta quarta-feira (23) em uma cela em Barcelona, na Espanha, onde estava preso. Ele tinha 75 anos.

Os primeiros a anunciarem a morte foram os jornais espanhóis. Em seguida, o Departamento de Justiça da Catalunha confirmou a informação e afirmou que existe suspeita de suicídio, de acordo com a agência Reuters.

O empresário se envolveu em diversas polêmicas em seus últimos anos de vida, e foi preso preventivamente na Espanha em outubro do ano passado. Autoridades dos Estados Unidos acusaram McAfee de fraude fiscal ao não pagar imposto por seus ganhos.

Famoso por inventar seu sistema de proteção de computadores, McAfee vinha se dedicando ao comércio de criptomoedas nos últimos tempos. Ele seguia na prisão à espera de uma extradição para os EUA.

Acusado de evasão fiscal

A Justiça espanhola havia autorizado a extradição de McAfee para os Estados Unidos, onde ele era acusado de infração fiscal, segundo a agência France Presse.

As autoridades norte-americanas disseram que McAfee ganhou mais de US$ 10 milhões entre 2014 e 2018 graças a atividades com criptomoedas, serviços de consultoria, conferências e venda de direitos para fazer um documentário sobre sua vida.

No entanto, “ele não apresentou declarações fiscais em nenhum desses anos e não pagou nenhuma de suas obrigações fiscais”, apontam documentos de um tribunal superior de Madri.

Ele mesmo teria admitido que não pagou impostos nos EUA por mais de oito anos.

Pioneiro do antivírus

De pai americano e mãe britânica, McAfee nasceu na Inglaterra, em 1945, mas cresceu nos Estados Unidos. Ele estudou matemática e trabalhou como programador da Nasa entre 1968 e 1970.

McAfee passou por empresas como Univac e Xerox, antes de chegar à Loockheed, nos anos 80, onde começou a desenvolver software para combater vírus de computador. Ele foi um dos pioneiros nesta tecnologia de proteção.

Em 1987, o programador fundou a McAfee Associates. No começo, ele oferecia o serviço gratuitamente aos usuários comuns. Depois, começou a vendê-lo para diferentes empresas.

Em 1992, o antivírus da McAfee era usado por muitas empresas americanas e multinacionais, o que levou o empresário a fazer uma oferta pública na Bolsa de Valores.

Em 1994, McAfee se desligou da empresa e depois vendeu todas suas ações, em 1996.

As polêmicas de McAfee

O empresário se envolveu em diversas controvérsias nos últimos anos. Em 2012, a Justiça de Belize, onde ele morava à época, o considerou suspeito de ter envolvimento no assassinato de seu vizinho.

McAfee chegou a ser considerado fugitivo pelas autoridades do país. Ele fugiu para a Guatemala e, de lá, foi deportado para os EUA.

Em entrevista à revista “Wired”, McAfee disse que conheceu sua esposa, Janice, em Miami Beach, na primeira noite após chegar em território americano. Na ocasião, ela teria oferecido seus serviços como prostituta.

Os dois se casaram e foram para o Tennessee, onde, em 2016, McAfee lançou sua primeira campanha para a presidência dos EUA. Ele anunciou que concorreria pelo Partido Libertário, mas a candidatura não teve êxito.

Em janeiro de 2019, McAfee se tornou procurado por autoridades dos EUA depois de ter admitido que não havia pago impostos no país por mais de oito anos.

Ele passou por Bahamas e, depois, foi para Cuba, onde chegou a anunciar novamente que disputaria a eleição presidencial americana. Mais uma vez, a candidatura não se tornou realidade.

Em julho de 2019, McAfee voltou às manchetes ao publicar uma foto em que carregava armas junto com sua esposa. Ele disse, na ocasião, que a CIA “estava tentando alcançá-los”.

No mesmo mês, ele e a mulher foram presos na República Dominicana. As autoridades do país apreenderam armas e US$ 80 mil que estavam com o casal. Eles foram liberados quatro dias depois.

Fonte: G1

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