Júri do caso Kiss inicia terceiro dia com depoimentos de sobrevivente, juiz aposentado, funcionários de casa de fogos e de empresa de extintores

Expectativa é de que sejam ouvidas quatro testemunhas nesta sexta-feira (3)


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Foto: Divulgação

O julgamento do caso da boate Kiss chega ao seu terceiro dia nesta sexta-feira (3). O júri teve início às 9h16 no Foro Central de Porto Alegre. A expectativa é de que sejam ouvidas quatro testemunhas: Érico Paulus, sobrevivente, Daniel Rodrigues da Silva, gerente da loja onde foram comprados os artefatos pirotécnicos, Gianderson Machado da Silva, funcionário de uma empresa de extintores e o juiz aposentado Pedro Antônio Bortoluzzi.

Por solicitação de prioridade, o depoente que abriu os trabalhos nesta sexta foi o   gerente da casa de fogos. Após, Machado da Silva, testemunha de defesa, será ouvido. No turno da tarde estão previstos os depoimentos do juiz aposentado, e por fim, o sobrevivente deve fechar os trabalhos. Ele era barman na noite da tragédia.

A expectativa é de que o julgamento se estenda por até duas semanas. Neste  período serão ouvidas 20 testemunhas e 14 sobreviventes da tragédia. Também prestarão depoimento Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, sócios da Kiss, e Marcelo de Jesus dos Santos e Luciano Bonilha Leão, da banda Gurizada Fandangueira, os réus do julgamento.

Resumo do segundo dia

Prestou depoimento no julgamento dos réus da tragédia da boate Kiss nesta quinta-feira, 2 de dezembro, o engenheiro Miguel Ângelo Teixeira Pedroso, primeira testemunha a ser ouvida. Foi ele quem fez o projeto para solucionar poluição sonora da casa noturna. Por conta desse excesso de barulho, denunciados pelos vizinhos, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) instaurou inquérito civil e, posteriormente, firmou um termo de ajustamento de conduta com os sócios da boate para resolução do problema.

Feita a obra, Pedroso acompanhou um oficial do MPRS para verificar se o projeto havia sido executado conforme a documentação. “Tudo estava exatamente como previsto no projeto. Não tinha nenhuma espuma (na boate quando o engenheiro e o oficial do MPRS estiveram lá)”, disse Pedroso.

O engenheiro afirmou, também, que em nenhum momento recomendou a colocação da espuma, que, em contado com o fogo, emitiu fumaça tóxica. Pedroso explicou que a espuma não resolveria o problema de isolamento acústico.

Respondendo aos promotores sobre o motivo de ter procurado o réu Mauro Hoffmann para tratar do projeto de isolamento acústico, o engenheiro disse: “sabia que o Mauro era um dos donos da boate. Então, como o Elissandro (Spohr) não estava me atendendo fui procurar o Mauro”, confirmando que Mauro tinha poder de decisão na boate, como apontado pelo MP.

Além de Pedroso, três sobreviventes da tragédia prestaram depoimento neste júri que julga os quatro réus denunciados pelo MPRS por 242 homicídios com dolo eventual: Emanuel de Almeida Pastl, Jéssica Montardo Rosado e Lucas Cauduro Peranzoni.

O júri começou na quarta-feira, 1º de dezembro, no Foro Central de Porto Alegre. Na acusação, atuam os promotores de Justiça Lúcia Helena Callegari e David Medina da Silva na acusação. Comparecerem no plenário nesta quinta-feira o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Júlio César de Melo, e o representante do MPRS em Brasília, Fabiano Dallazen. O júri será retomado às 9h15 desta sexta-feira. MP

Texto: Vinicius Mallmann
regional@independente.com.br

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