Lajeado espera cadastrar ao menos 30 catadores no município

Proposta busca profissionalizar a atuação dos trabalhadores informais


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Candelária e Misga trabalham há quase dez anos como catadores (Foto: Artur Dullius)

O Centro de Educação Ambiental, setor vinculado à Secretaria do Meio Ambiente, Saneamento e Sustentabilidade (Sema), está fazendo o cadastramento de trabalhadores da coleta seletiva de Lajeado. O processo teve início nesta segunda-feira (2) e pode ser feito tanto presencialmente quanto de forma online, até o dia 31 de agosto. A ideia é cadastrar ao menos 30 catadores.

Conforme a bióloga da Sema e coordenadora do Centro de Educação Ambiental, Edith Ester Zago de Mello, a proposta surgiu com a ideia de apoiar os trabalhadores e para entender de que forma acontece este serviço na cidade. “A maioria trabalha na informalidade, alguns em condições precárias, e devido à falta de informação acabam agindo de forma inadequada. Queremos que eles se aproximem, para apoiarmos em relação a legislação vigente e regularizamos esta situação”, explica.


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Os catadores cadastrados receberão apoio por meio de identificação e emplacamento dos carrinhos. Além disso, será oferecido um treinamento específico sobre a formalização do trabalho de catador. Eles também poderão participar de outras capacitações referentes à saúde do trabalhador, bem-estar e uso de equipamento e proteção individual, sustentabilidade, funcionamento de políticas sociais e cadastro único, que serão oferecidos em parceria com as demais secretarias municipais. Os primeiros treinamentos estão previstos já para o mês de setembro.

“Hoje o trabalho de coleta seletiva é uma profissão, mas esses catadores informais não podem atuar na reciclagem de resíduos de grandes empresas, que solicitam a emissão de notas fiscais. Então queremos oferecer cursos em parcerias com outras entidades, para que eles tenham acesso a essas informações e saibam como podem se profissionalizar, criar uma MEI (Microempreendedor Individual). Com isso, conseguem aumentar a renda e a qualidade de vida”, pontua a bióloga.

Segundo a bióloga Edith, proposta surgiu com a ideia de apoiar os trabalhadores e para entender de que forma acontece este serviço na cidade (Foto: Artur Dullius)

O cadastro vai apresentar dados pessoais, para facilitar o contato com os catadores, além de apontar quais os materiais que eles recolhem, os horários e bairros que atuam e se contam com a ajuda de outras pessoas para exercerem as atividades. Segundo Edith, a administração ainda não tem ideia de quantos catadores existem no município, mas reconhece a importância do trabalho deles para a cidade. A maioria atua com a reciclagem de papelão, papeis em geral e latas de alumínio. Entre o trabalhadores estão Candelária e Misga, que atuam há aproximadamente 10 anos com a coleta seletiva.

A coordenadora do Centro de Educação Ambiental lembra também que ainda existe uma visão negativa do trabalho deles e grande parte dos problemas na separação dos resíduos são destinados aos informais. “Infelizmente a população ainda tem uma visão negativa. Então queremos trazer essa capacitação para mudar esse estereotipo. Para que eles possam atuar de uma forma profissional, fazendo o trabalho deles, e que a população perceba a importância deste serviço para a sociedade”, afirma.

Card: Divulgação

Podem se cadastrar todos os profissionais que fazem o recolhimento de materiais recicláveis nas vias públicas e nos estabelecimentos públicos ou privados para venda ou uso próprio. O cadastro pode ser feito presencialmente no Centro de Educação Ambiental (localizado dentro do Jardim Botânico de Lajeado), mediante apresentação de documento de identificação e comprovante de residência. Também é possível de forma on-line, por meio do formulário disponível no site bit.ly/cadastrocoletaseletiva.

Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail sema.edambiental@lajeado.rs.gov.br ou telefone (51) 3982-1099, do Centro de Educação Ambiental.

Texto: Artur Dullius
reporter@independente.com.br

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