Lavando vegetais: hortaliças e frutas

Confira o comentário do engenheiro agrônomo Nilo Cortez.


0

É bom esclarecer que hortaliças são plantas cultivadas em hortas. Legumes é uma divisão das hortaliças como vagens, feijões, lentilhas, ervilhas e outas. Verduras são plantas verdes que podem ser consumidas as folhas ou flores ou ainda hastes como alface, couves, repolhos, brócolis, espinafre e outras. Poderíamos ainda acrescenta as raízes, cenouras, rabanete, gengibre e outras.


Ouça a participação

 


 

Também para lembrar que quando falamos em produtos para desinfecção de alimentos: CLORO é obtido por decomposição do sal comum e água (eletrólise) formando um gás que ao ser comprimido se transforma em líquido. E nesta forma vai para as indústrias para branqueamento de celulose, fabricação de PVC, cloro de piscinas e entre outros o Hipoclorito de sódio. HIPOCLORITO de SÓDIO é um produto diluído do cloro com soda cáustica é usado pelas indústrias em forma líquida na concentração de 10% a 13% de cloro ativo. Só comercializado no atacado e seu uso exige profissionais treinado e do ramo para ser utilizado nas indústrias e agroindústrias de alimentos. A ÁGUA SANITÁRIA é uma solução que tem de 1% a 2,5% de cloro ativo (hipoclorito de sódio) e usado na limpeza de banheiros, caixas da água, limpeza de pisos e algumas marcas para higienização de alimentos. Quando não está escrito no rótulo não deve ser usado pois pode deixar resíduos. A dosagem é a recomendada pelo fabricante.

A água sanitária faz a higiene do alimento nas dosagens recomendadas deixando por cerca de 20 minutos e depois deve ser lavada em água corrente e potável. Se for uma folhosa e vai ser guardada na geladeira deve ser seca com papel toalha ou centrífuga. E fica bem claro “ não retira agrotóxico da planta”.

Circula pela internet outras alternativas como vinagre. Ele ajuda na limpeza do vegetal. Quando se coloca três colheres de sopa de vinagre por litro de água acidifica e ajuda na limpeza da planta. No caso de brócolis e couve flor faz com que pulgões e outros insetos saiam para fora, em pepinos com broca ela também sai, alguns microrganismos que não toleram acidez morrem. Mas seu efeito é menor que a água sanitária, mas ajuda.

O bicarbonato de sódio deixa o meio alcalino e tem efeito semelhante ao vinagre e não tiram agrotóxico da planta, como circula na internet. Sendo otimista talvez 1% a 3% das partes mais exposta na planta. Lembro que os atuais produtos agrotóxicos são sistêmicos estão por toda a planta e não só na casca como alguns produtos antigamente.

Aproveitando são orgânicos e não se toma leite em caso de intoxicação, como se fazia no passado. E sim se procura socorro médico levando o receituário agronômico e o rotulo.
Também foi mencionado o uso de “iodo” não tem ação nenhuma para agrotóxico e não é recomendado para aplicação em alimentos.

Aí me perguntam como saber se é seguro o consumo. Algum risco sempre se corre, mas há alternativas.

Consumir produtos orgânicos reconhecidos e identificados. De grupos ecológicos identificados e feiras de orgânicos.

De produtores em transição em grupos e feiras próximos onde se é freguês e se confia no produtor. E este usa as boas práticas de produção.

Produtores ainda na produção convencional, mas, com consciência profissional e respeitam as dosagens recomendadas e o prazo de carência (espaço entre o dia de aplicação e o dia da colheita) estipulado para cada produto. Os resíduos seriam os aceitos pela regulamentação. Vem sendo feito o rastreamento na CEASA e o mercado de porte maior, e casas especializadas exigem de seus fornecedores este acompanhamento e as vezes responsabilidade técnica. Usam de certa forma a boas práticas de produção.

Ainda precisa ser considerada que há aqueles produtores que não respeitam as normas básicas de boas práticas de produção e precisam ser afastados do processo produtivo.

Legislação e fiscalização dos entes públicos e dos consumidores aos poucos os afastarão. Atualmente no Brasil 1950 agrotóxicos foram reclassificados dos 2300 existentes. As regras estão sendo adotadas conforme normas internacionais principalmente da Europa e Ásia. Mesmo não gostando da quantidade disponível no mercado, temos um leque de produtos e se precisarem ser usados um deles deverá ser menos impactante ao consumidor e meio ambiente. Modifiquem rótulos, bulas, mudem de cores, reclassifiquem, coloquem caveiras para alertar e informar. O mais importante são os consumidores ajudarem a ter produtos mais seguros escolhendo na hora de comprar. E o ente público cumprir seu papel na fiscalização. A caminhada é longa, mas, chegaremos lá.

Por Nilo Cortez

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Por favor, coloque o seu nome aqui