O médico e diretor técnico do hospital de Marques de Souza, Djacir de Lima Freitas, relatou a situação de atendimentos e leitos disponíveis na casa de saúde em entrevista ao programa Troca de Ideias desta segunda (1º). A instituição tem uma parceria com a Secretaria de Saúde (Sesa) de Lajeado para receber pacientes clínicos em função da pandemia de coronavírus.
Conforme explica Freitas, a boa relação entre os municípios sempre existiu. Agora um convênio formal deve ser assinado para regrar a prática. Os pacientes serão encaminhados pela Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Lajeado, ou por meio da Sesa. “Vai funcionar muito bem”, afirma o diretor técnico.
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“A gente tem leito”, afirma. “A única preocupação é a reserva medicamentosa, pois esperamos que não desabasteça o mercado. Essa é a nossa preocupação, mas a gente tem leitos, administramos bem esses leitos, e está dando tudo certo por enquanto”, ressalta.
“Eu espero que a gente continue uma boa reserva de medicamentos para que a gente possa tratar esses pacientes. A preocupação é o estoque medicamentoso, tendo em vista que a gente isolou praticamente o hospital para outras doenças”, explica.
Além de Lajeado, o hospital de Marques de Souza tem convênios com outros municípios. Conforme Freitas, em três dias foram recebidos dias 16 pacientes, todos testaram positivo para Covid-19.
O médico explica que a alta de casos foi percebida a partir de 24 de fevereiro. “Num dia apareceram 10 pacientes para internação, e todos positivaram. A partir de 24 de fevereiro teve o boom, e dali não parou”, conta. Freitas analisa que, quando dá uma superocupação em Lajeado, no Hospital Bruno Born (HBB), ocorre como uma represa no Vale do Taquari: todos os afluentes, que seriam as demais casas de saúde da região, também enchem.
O hospital de Marques de Souza possui 21 leitos de intenção e quatro 4 respiradores, incluindo um bloco cirúrgico. A direção não descarta em transformar esse bloco em unidade semi-intensiva.
O andar inferior do hospital foi isolado para atender aos pacientes suspeitos ou com Covid-19 confirmados, cada um de forma diferenciada. De forma excepcional, a casa de saúde atende com dois médicos, um para demanda ambulatorial e triagem no térreo, e no andar superior um profissional trata dos pacientes internados. Freitas diz que a situação impõe dificuldade em fechar as escalas de plantões.
O diretor afirma que a Covid-19 “é uma doença cruel, que evolui rapidamente”. “É uma doença que nos coloca de frente a muitos desafios”, observa.
Texto: Tiago Silva
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