Lideranças da região pedem apoio ao governo federal para construção de ponte entre Estrela e Cruzeiro do Sul

CIC e Acil enviaram documento para ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni. Comitiva que está em Brasília também busca recursos para o turismo e outras demandas do Vale do Taquari


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A Câmara da Indústria, Comércio e Serviços do Vale do Taquari (CIC-VT), em nome do presidente Ivandro Rosa, e a Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Acil), através do presidente Cristian Rota Bergesch, encaminharam nesta terça-feira (24) ao Governo do Federal um documento sobre o programa de Concessões de Rodovias Estaduais no Rio Grande do Sul no que diz respeito à região do Vale do Taquari (acesse aqui), com pedido de apoio para inserção de ponte estratégica sobre o Rio Taquari e a adoção da cobrança eletrônica dos pedágios (free flow). A ponte seria entre os municípios de Cruzeiro do Sul (localidade de São Rafael) e Estrela (Estrada Transantarita), com possível execução utilizando verbas federais, porém ainda não há definição de valores.


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Segundo Ivandro Rosa, as demandas por construções de novas pontes na região surgiram desde o episódio em março deste ano, quando um caminhão explodiu ao passar na ponte sobre o Arroio Boa Vista, em Estrela, e casou diversos transtornos no tráfego de veículos. Na época, em reunião com os prefeitos, se definiu que a Associação dos Municípios do Vale do Taquari (Amvat) encaminharia o pedido para o Governo do Estado, porém, agora a busca é para uma articulação com a esfera federal.

“Incluir no radar do Governo Federal que o Vale do Taquari está com projetos e demandas na área de mais uma ponte, e estamos denominando isso de anel sul, pois está a sul de Lajeado, que seria então a ponte de Cruzeiro do Sul a Santa Rita (localidade de Estrela)”, explica o presidente da CIC-VT.

Presidente da CIC-VT, Ivandro Rosa (Foto: Tiago Silva / Arquivo Rádio Independente)

Cumprem agenda em Brasília, nesta terça e quarta-feira (25), uma comitiva regional formada pelo prefeito de Estrela, Elmar Schneider, o coordenador do Trem dos Vales, Rafael Fontana, além de vereadores de Cruzeiro do Sul Isidoro José Weschenfelder (PP), Vanessa de Jesus (PSDB) e Daiani Maria (MDB), em busca de melhorias para mobilidade urbana e o turismo do Vale do Taquari. “Sabemos que temos necessidades também de outra ligação norte, queria de Roca Sales a Encantado, da ponte que já existe, com ligação pavimentada de Colinas, e agora também tem a possibilidade de outra ponte de Arroio do Meio a Colinas. Importante é entendermos que temos que somar esforços para demanda de uma nova ponte para o Vale do Taquari”, relata.

A obra entre Cruzeiro do Sul e Estrela ainda não conta com um projeto finalizado e, por isso, não há detalhes sobre quilometragem e orçamento, como explica Ivandro Rosa. “Os estudos técnicos estão sendo elaborados pelo Governo do Estado e o prefeito Paulo, da Amavt, está monitorando esse processo e, assim que essa etapa vamos ter condições de ter mais dados, pois ainda está em fase de estudos.”

O cronograma estadual prevê que, até o final de 2021, o estudo seja concluído. A construção da ponte sairia da localidade de São Rafael, no município de Cruzeiro do Sul, em uma extensão da RSC-453, onde já aproveitaria a rodovia existente, ERS-129, se conectando com a BR-386. O documento diz que “tiraria, do perímetro urbano de Lajeado, todo um fluxo de caminhões e veículos em geral, que demandam a BR-386”.

Ponte interligando Arroio do Meio e Colinas

Recentemente, no dia 10 de agosto, os prefeitos de Colinas, Sandro Herrmann, e Arroio do Meio, Danilo Bruxel, foram recebidos no gabinete do deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS), em Brasília. Na oportunidade entregaram uma cópia do projeto e o memorial de fotos da proposta para construção de uma ponte interligando Arroio do Meio e Colinas.

O que pede o documento enviado ao Governo Federal

a) a inserção, no Projeto Básico do trecho a ser concedido, de ponte estratégica sobre o Rio Taquari, entre os Municípios de Cruzeiro do Sul/RS e Estrela/RS – com sua possível execução com verbas federais;

b) a adoção da cobrança eletrônica dos pedágios (free flow). Por isso, vimos a presença de Vossa Excelência, conhecedor, como poucos, da realidade e das necessidades do nosso Estado, aliado à sua posição estratégica no Governo Federal, pedir que apoie e dê a necessária tramitação nos órgãos competentes dos nossos pedidos, como detalhamos a seguir:

  • A construção da ponte sobre o Rio Taquari dar-se-ia na altura da localidade de São Rafael, no município de Cruzeiro do Sul/RS; interligará os Municípios de Cruzeiro do Sul/RS (numa extensão da RSC 453) e de Estrela/RS, onde, já aproveitando a rodovia existente (ERS-129), conectaria com a BR-386. Tiraria, do perímetro urbano de Lajeado, todo um fluxo de caminhões e veículos em geral, que demandam a BR 386 e dali, ou a região metropolitana de Porto Alegre, Centro/Norte do País via BR-290, ou a Região Sul e o Porto de Rio Grande, além da expressiva economia no custo logístico;
  • Proporcionaria mais uma ligação rodoviária entre os lados Norte e Sul do Rio Taquari, hoje possível apenas pelas pontes da BR 386, passíveis de interrupção, como aconteceu em março último, quando um caminhão carregado de combustíveis explodiu sobre uma delas, causando transtornos onerosos. De lembrar que a BR 386 é a principal rodovia do Estado, interligando a região metropolitana com o noroeste gaúcho e o oeste catarinense;
  • Constituir-se-á no lado sul de anel viário que concebemos, para gestionar sua inserção no Projeto Básico de Concessão de Rodovias – Grupo 2, em estudo no Governo do Estado. O lado norte utilizaria ponte já existente entre os municípios de Encantado/RS e Roca Sales/RS;

Quanto a este item “a”, pedimos ao Governo Federal estudar os seguintes apoios:

1) elaborar o Projeto necessário, a fim de que se tenha noção do custo total e, assim, oportunizar a avaliação quanto à sua inserção no Programa de Concessão de Rodovias do RS. Tal procedimento teria que acontecer até fins de setembro, dado o açodamento do Governo do Estado em licitar a concessão do trecho.

2) custear a construção da ponte de que tratamos, a fim de não impossibilitar sua inserção no referido Programa – Grupo 2, porque o oneraria demais.

b) cobrança eletrônica dos pedágios (free flow):

Não se concebe nas concessões de rodovias do Vale do Taquari, o uso de cancelas de cobrança de pedágio. Onde existentes as de hoje, os pontos não abrangem o maior fluxo. Para ter-se uma ideia, em leitura feita em 2020, no posto de pedágio em Encantado/RS passaram 6 mil veículos dia, enquanto que, no mesmo eixo rodoviário, em Arroio do Meio registrou-se 13 mil (duas vezes mais) e, entre Lajeado e Arroio do Meio, 28 mil, cinco vezes mais do que naquele posto físico existente e que permaneceria como local de cobrança. Todos os veículos excedentes a 6 mil deixariam de pagar pedágio, enquanto que no sistema free flow o fariam.

Da mesma forma, os do trecho entre Estrela/Teutônia

RSC-453, onde, estima-se, trafegam não menos de 20 mil veículos dia.A adoção da cobrança eletrônica proporcionaria uma arrecadação mais justa, redução das tarifas e maior possibilidade de contrapartida em obras. Além disto, substancial redução dos custos de operação das praças físicas (não inferior a 15%).

Já existe o suporte legal, com a sanção da Lei Federal no 14.157, de 1o de junho de 2021, que “altera as Leis nos 9.503, de 23 de setembro de 1997 (Código de Trânsito Brasileiro), e 10.233, de 5 de junho de 2001, para estabelecer condições para a implementação da cobrança pelo uso de rodovias por meio de sistemas de livre passagem”.

A regulamentação, segundo apuramos, está em fase adiantada na Secretaria Nacional dos Transportes Terrestres, do Ministério de Infraestrutura, ocupada pelo Sr. Marcelo da Costa, a ponto de a ANTT, na reunião de Diretoria do último dia 17, ter aprovado a publicação do Edital de concessão referente ao sistema rodoviário composto pelas BR-116/101/RJ/SP – via Dutra, incluindo o sistema de cobrança free flow.

Com portais colocados a determinados intervalos de quilômetros, os veículos pagariam pelo real uso, permitindo uma cobrança mais efetiva e justa, inclusive possibilitando menores tarifas. Para nós, a adoção do free flow trata-se de ponto inquestionável, pela configuração geográfica da Região. Os pedágios físicos nos submetem a verdadeiro anel de cobranças, nos tirando, gradativamente, competitividade logística.

Quanto a este item “b”, pedimos ao Governo Federal estudar os seguintes apoios:

1) gestionar junto ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul que adote, como Projeto Piloto estadual, a cobrança pelo sistema free flow no Grupo 2 (onde estamos incluídos) no Programa de concessão de rodovias estaduais em elaboração;

2) o Ministério de Infraestrutura proporcione ao Governo do RS o apoio técnico e operacional necessário para tal.

Texto: Gabriela Hautrive
reportagem@independente.com.br

 

 

 


2 Comentários

  1. Aqui em Colinas estamos esperando a devolução do dinheiro por parte do senhor Felipe Diehl que vendeu assinatura de jornal e não entregou o tal jornal!!vergonhoso, aí quer se aparecer dessa forma, por favor!!

  2. Muito interessante a construção de uma ponte entre Cruzeiro e Estrela mas nao entendi uma coisa o que tem haver o Bairro de Sao Rafael com ligação a Estrela. Sendo que o bairro fica a 5 km afastado do centro de Cruzeiro que fica as margens do rio taquari . Esta ponte seria construída no bairro Glucostark. E nao em Sao Rafael.🤔🤔🤔

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