Médico explica como funciona a posição de prona, que melhora a função dos pulmões 

O procedimento foi recomendado, em março, pela Organização Mundial da Saúde (OMS).


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Foto: Divulgação

O médico rotineiro da UTI Adulto no Hospital Bruno Born e coordenador da residência de clínica médica da Univates, Lucas Pereira Mallmann, explicou como funciona a manobra de pronação, utilizada para auxiliar na oxigenação pulmonar. O profissional também detalhou como tem funcionado o trabalho na linha de frente de combate à Covid-19 em Lajeado.

Conforme ele, na pronação, o paciente é virado na cama de barriga para baixo, como forma de expandir as bases dos pulmões para aproveitar melhor o oxigênio. Na manobra, os pacientes são enrolados em um lençol para o rolamento, de forma sincronizada. Eles ficam entre 16 e 20 horas na posição. Nessa condição, o quadro de saúde é avaliado constantemente e, caso não responda bem, há nova movimentação. O procedimento também pode ser feito em pacientes intubados, porém, com sedação profunda.

O procedimento foi recomendado, em março, pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para pacientes com Covid-19 em Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) e é utilizada, desde os anos 1970, com maior expansão a partir de meados da década de 1980.

Lucas Mallmann sustenta que, bem executada, a pronação é segura e tem seus benefícios pois reduz o esforço respiratório do paciente. No Hospital Bruno Born, uma equipe que atuava no bloco cirúrgico com médico, enfermeiros e técnicos foi treinada especialmente para a pronação.

Como funciona a rotina no HBB nos casos de Covid-19

Em uma ala separada há um corpo médico preparado para esses atendimentos. Lá os pacientes são triados na chegada à casa de saúde. Os profissionais verificam a oxigenação no sangue, e encaminham exames de sangue para terem em mãos um painel geral da situação. Aqueles que necessitam de internação têm prioridade para exames de imagem e tomografia, procedimentos realizados por médicos para identificarem o grau de comprometimento do pulmão. As pessoas com baixa quantidade de oxigenação recebem cateter de fluxo ou máscara de oxigênio na enfermaria.

Em função da alta demanda, mais intensivistas foram escalados para a escala de plantões. Médicos, enfermeiros e técnicos de outros setores foram deslocados para o atendimento à Covid-19. “Foi uma onda muito rápida que chegou. A gente anda no limite, com pacientes graves aguardando na enfermaria, por falta de UTI”, destaca o médico Lucas Pereira Mallmann.

Texto: Tiago Silva
web@independente.com.br

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