Memorial de Estrela funcionará em prédio histórico

Sede pública ao lado da Praça Menna Barreto será revitalizada para abrigar futuro espaço de exposições, acervos e pesquisas.


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Prefeito e demais autoridades vistoriaram o prédio, que passará por adaptações e será revitalizado (Foto Memorial de Estrela - Prédio histórico - Angeli) 

O Prefeito de Estrela, Elmar André Schneider, visitou na manhã desta segunda-feira (18) o prédio histórico do município localizado na Rua 13 de Maio, nº 398, ao lado da Praça Menna Barreto, no Centro. Ele estava acompanhado da secretária de Cultura, Esportes e Lazer, Carine Schwingel, e do vice-prefeito João Carlos Schäfer. O prédio, erguido em 1905, popularmente conhecido como “Castelinho”, já abrigou a Biblioteca Pública, a Casa de Cultura Doutor Lauro Müller e até o ano passado a Sedesth. Agora será revitalizado para sediar o Memorial de Estrela, como arquivo e museu histórico e espaço para exposições. A realocação dos serviços que funcionavam no local já está em operação e as obras devem iniciar nos próximos dias. A inauguração está agendada para maio, no aniversário do município.

Schneider, Schäfer e Carine vistoriaram o espaço na presença de outras autoridades municipais e equipes de trabalho que estão engajadas no projeto, entre eles Airton Engster dos Santos, que será o diretor do Memorial, e o vereador Douglas Daroit. O prédio passará por algumas reformas e adaptações para receber exposições físicas e abrigar o material histórico físico e digitalizado, tanto o que já é de posse da prefeitura como também acervos cedidos por historiadores e colaboradores. Parte pelo próprio diretor do memorial. Conversas preliminares buscam um acerto para que o espaço também abrigue o material que foi doado ao Dr. Werner Schinke ao longo da sua vida.

Para o prefeito de Estrela, trata-se de um presente ao município e sua comunidade. “Estamos falando de um resgate de nossa história, a começar pelo uso adequado do prédio, e também um incentivo para que as pessoas possam, de maneira mais direta e acessível, conhecer melhor nossa cultura, história, e assim e continuem colaborando com ela”, atesta Schneider. Carine Schwingel completa. “Não apenas pelo prédio, que centenário como é merece estar ligado à nossa história, mas pela preservação da memória que vamos oportunizar. Será um incentivo para que outras pessoas, como é o caso da família Schinke, que há muitos anos se dedica à preservação do legado deixado pelos colonizadores da nossa cidade, e também o caso do Airton dos Santos, destinem peças, fotos, arquivos e outros elementos que colaborem com nossa história.” Um comitê formado por gestores do governo e colaboradores do município deverá ser formado para elaborar um calendário de exposições e outras ações para o futuro espaço.

Saiba Mais

Para o diretor do Memorial, Airton Engster dos Santos, é importante compreender que na vida diária se está produzindo uma memória sobre o tempo, grupo social e atividades em geral. “Esse é o primeiro passo para entendermos o nosso papel na história.” Uma das características do Memorial de Estrela será a variedade de objetos, que vai englobar livros, documentos, fotografias, filmes, músicas, artefatos e utensílios. “Isso para estimular as pessoas a doarem alguns objetos que de alguma forma estão ligados a suas vidas e que no Memorial de Estrela irão receber um tratamento especial. Mais do que isso, queremos com o espaço estimular a reflexão sobre a importância de preservar materiais que possam servir de testemunho para gerações futuras”, detalha.

O acervo do Memorial de Estrela será composto de objetos, documentos, fotos, filmes e livros doados por pessoas que estão realmente interessadas em preservar a história. O material impresso recebido, tanto imagens, livros, livretos, calendários, documentos entre outros, será digitalizado, e ferramentas e utensílios serão fotografados. Tudo será disponibilizado para consulta e pesquisa da comunidade. Objetos recebidos serão devidamente catalogados, e posteriormente serão utilizados em exposições internas. O material uma vez doado passa a ser de propriedade intransferível e inalienável do Memorial de Estrela. Os interessados em doar livros, revistas, fotografias, utensílios, artefatos, móveis, discos de vinil podem ligar para o telefone (51) 9.9520-6323 ou 3981-1089.

A história do prédio

No início do século XX existia um grave problema de saúde pública no Rio Grande do Sul. Alta mortalidade das parturientes e dos recém-nascidos, por má instrução dos assistentes de partos. Percebendo as dificuldades, o Dr. Gabriel Schlatter criou em Estrela a primeira escola de parteiras do Estado, no prédio histórico construído em 1905. Ensinava seus conhecimentos com ajuda de um simulacro da pelve feminina por ele idealizado que chamava de “Phantom”, e de um esqueleto importado da França. No local, Schlatter formou dezenas de parteiras que se espalharam pelo Rio Grande do Sul, e tinham compromisso de difundir os conhecimentos adquiridos.

Gabriel Schlatter nasceu em Lahnbach, no Tirol Austríaco. Após o falecimento do pai, a família mudou-se para aldeia de Zams, a 80 km de Innsbruck. Quando chegou ao Brasil em março de 1898, tinha 33 anos e já era diplomado pela Associação dos Médicos Naturalistas da Alemanha. Registrou seu diploma na Diretoria Estadual de Higiene, obtendo licença para exercer sua profissão no RS. Veio inicialmente para Lajeado, depois Estrela, São Sebastião do Cai e depois Feliz, onde construiu um hospital. O Dr. Schlatter casou em 1899 com Anne Maria Meurer. Faleceu em outubro de 1947. Sua obra ficará indelevelmente gravada na medicina do RS, no século XX.

Outras atividades desenvolvidas no Castelinho: além de clínica, foi casa de moradia. Adquirido pelo município, funcionou no local a “Casa de Cultura Dr. Lauro Müller” e mais recentemente a Secretaria do Desenvolvimento Social, Trabalho e Habitação (Sedesth). AI/CS

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