Mexicanos fazem casamento nazista com noivo de uniforme da SS e Fusca com suástica; ‘distorção e banalização’, condena centro judaico

Fernando e Josefina se casaram em Tlaxcala. O noivo entrou na igreja vestido com roupas que remetiam ao exército alemão da Segunda Guerra Mundial


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Casamento de temática nazista no México causou indignação (Foto: Reprodução/Centro Simon Wiesenthal)

Um casal de mexicano organizou uma cerimônia de casamento com temática nazista. Fernando e Josefina se casaram em Tlaxcala, um estado próximo à capital do país. O noivo entrou na igreja com um uniforme similar à da famigerada SS nazista, organização que encabeçou o extermínio de milhões de pessoas no Holocausto.

A mulher. por sua vez, chegou à igreja onde a cerimônia aconteceu dentro de um fusca modificado decorado com uma bandeira com a suástica.

Eles escolheram a data 29 de abril para se casarem em homenagem ao “aniversário” da morte de Adolf Hitler e sua ex-companheira Eva Braun, que seria no dia seguinte. O ditador se matou em 30 de abril de 1945 em seu bunker em Berlin.

“Se não tivéssemos encontrado a missa na data de hoje, teríamos nos casado só ano que vem”, disse o noivo. Na mesma data, em 2016, o casal já havia feito o registro civil, conta o jornal mexicano “Milenio”.

Quando eles foram fazer o primeiro registro, Fernando foi vestido com a mesma roupa e Josefina colocou uma suástica em seu vestido branco. Segundo os noivos, na ocasião foram tiradas fotos e elas circularam a internet.

“Recebemos muitas críticas, até ameaças de morte”, reclama Fernando.

Ele ainda confirmou que conhece o padre que fez a cerimônia do casamento no fim do último mês.

“Na vez em que batizei meus dois filhos, eu também vim uniformizado e ele não me disse nada”, disse ele.

As crianças foram nomeadas de Reinhard, o menino, em homenagem ao general Reinhard Heydrich (chefe das SS e uma das mentes que arquitetaram o Holocausto) e Hannah Gertrud, a menina, em homenagem a Hanna Reitsch, a pilota que, segundo o mito, teria salvo Hitler de um bunker e por Gertrud Scholtz-Klink, ex-presidente do partido nacional feminino nazista.

“Não sabia muito sobre a história, mas meu marido me contou sobre isso e eu o apoio porque tenho um marido responsável”, disse Josefina.

“Sei que para muitas pessoas, Hitler é um genocida, um símbolo de racismo e violência. Mas as pessoas julgam sem ter informação ou acreditando na história dos vencedores. Hitler era vegetariano, tirou seu país da extrema pobreza e devolveu ao seu povo os territórios perdidos na Primeira Guerra Mundial. Seu povo o amava. Fomos levados a acreditar que Hitler era racista, mas ele veio cumprimentar Jesse Owens (atleta negro americano) nas Olimpíadas de 1936”, tentou explicar Fernando.

Fernando contou ainda que já passou por diversos problemas na rua, desde cuspirem na direção dele até apontarem uma arma e o chamarem de nazista.

“Mais bonito do que amar um ideal é morrer por ele”, afirma ele.

Reação

O Simon Wiesenthal Center, uma organização judaica de direitos humanos com sede em Buenos Aires pediu ao governo mexicano que condenasse a celebração do casal.

” Nossa instituição condena veementemente a distorção e banalização da memória de seis milhões de irmãos judeus no Holocausto e o desprezo daqueles que negam ou distorcem a história”, disse Ariel Gelblung, diretor para a América Latina do Centro Wiesenthal.

Até o momento, o governo mexicano não se posicionou.

Fonte: G1

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